Brasília (AE) – O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse ontem que o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no momento, é "inatingível". Segundo Bornhausen, há dois obstáculos para abertura de processo de afastamento de Lula: a base parlamentar que o sustenta no Congresso ainda tem força para barrar o impedimento e há dificuldade em apurar todas as acusações contra o governo.

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"Quando foi aberto o impeachment contra o então presidente Fernando Collor, nós havíamos identificado o foco da corrupção. Como agora há uma metástase do ponto de vista da corrupção, fica mais difícil investigar. Além disso, o governo tem uma base no Congresso que dificulta a abertura do processo de impeachment. Collor não tinha essa base", afirmou.

A opinião do presidente nacional do PFL reforça a tese da oposição de que o "melhor" é tentar derrotar a administração federal nas urnas na eleição de 2006. Para Bornhausen, Lula terá dificuldades em reeleger-se. "Ele (Lula) pode ser o candidato mais forte do PT. Mas não vejo que há chances de ele se reeleger. Ele vai passar a campanha toda tendo de comentar as denúncias. Está enjaulado."

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O presidente nacional pefelista apresentou o filme da publicidade partidária gratuita do partido idealizada pelo cientista político Antônio Lavareda. O programa, com 20 minutos de duração, será exibido hoje, em cadeia de rádio e televisão. Com o slogan "O PT e o governo Lula, um péssimo exemplo para o Brasil", o PFL compara o presidente com um rei "vaidoso e arrogante" que gosta apenas de viajar pelo país e por nações estrangeiras. "O rei está nu", repete uma das apresentadoras. São explorados os casos de corrupção, a alta taxa de impostos, as questões administrativas e as promessas não cumpridas por Lula, de acordo com a legenda.

"O governo petista é devorador de impostos, esbanja dinheiro e, ainda por cima, o presidente não trabalha", diz Bornhausen na publicidade partidária. Entre os vários casos que comprovariam a "falta de capacidade administrativa do PT", é citada a carência de investimentos na área de defesa sanitária para o combate à febre aftosa e os baixos recursos ao fundo de segurança pública.

Na publicidade, o PFL exibe imagens em que Lula fala do compromisso com a ética e compara a declaração com as várias denúncias de corrupção investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. "Está para nascer alguém que me dê lição de ética" é uma frase do presidente usada pela sigla. Essa oração é intercalada com imagens do ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares depondo na CPI para falar do esquema do mensalão e do caixa 2.