Dois processos contra cartéis no setor de energia, nos quais as empresas Siemens e Alstom são acusadas de participação, tramitam há oito anos sem decisão no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os processos foram iniciados em 2006, a partir de um acordo de leniência feito pela multinacional suíça ABB, competidora mundial da Siemens e da Alstom. Em ambos, houve ampliação do escopo da investigação, em 2012 e 2013. Um deles precisou ser reinstaurado para inclusão de partes que não eram investigadas.

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O cartel, segundo a ABB, durou entre 1988 e 2004. Documentos mostram que projetos envolvendo empresas estatais federais e estaduais, bem como concessionárias privadas, foram objeto de combinação de preços ou determinação de vencedores.

Entre as possíveis vítimas do cartel estariam as Petrobras, Furnas, Chesf, Eletropaulo e Copel, além das concessionárias Cteep e Light. Entre os projetos tratados pelas multinacionais estão hidrelétricas como as de Itá, Tucuruí, e Cana Brava, além de subestações de energia e da refinaria de Mataripe, na Bahia.

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Os dois produtos em que houve atuação do cartel são o AIS e o GIS, ambos aparelhos eletroeletrônicos de direcionamento de fluxo de energia elétrica. As empresas foram condenadas pelas mesmas práticas na Europa, em 2007. Em 2013, a mais alta corte da União Europeia confirmou a multa de R$ 1,2 bilhão à Siemens.