Durante o debate, que foi pautado por questões internas da categoria, Janot foi alvo de críticas, desde por sistema de promoções de colegas até as investigações da Lava Jato.

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O subprocurador-geral Carlos Frederico Santos adotou o tom mais oposicionista. Ele afirmou que Janot se precipitou ao enviar ao STF pedido para investigar os políticos suspeitos de envolvimento com os desvios da Petrobras.

“Várias das diligências poderiam ser realizadas pelo MP, que não necessitavam de ordem judicial. Judicializamos, mas poderíamos ter resolvido isso dentro da nossa própria casa”, disse.

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Sem citar a provocação do colega, Janot aproveitou outra reposta para defender sua posição de enviar os pedidos de investigação de 13 senadores e 22 deputados ao Supremo, destacando que sem a autorização para apurar suspeitas envolvendo congressistas, os atos poderiam ser considerados nulos.

Principal investigação criminal em andamento no país, a Operação Lava Jato tem contaminado o início da disputa pelo comando do Ministério Público Federal.

O escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras tem feito parte das plataformas dos candidatos e municiado até provocações nos bastidores para tentar desqualificar rivais.

Carlos Frederico Santos chegou a enviar uma mensagem interna aos colegas para rebater boatos de que teria ligações com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos 35 políticos investigados na Lava Jato. A relação foi levantada porque ele ocupou a Secretaria-geral do MPF na gestão do ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza, advogado de Cunha.

Carlos Frederico reconheceu a amizade com Antonio Fernando, mas negou conhecer Cunha e manter qualquer contato com o peemedebista.

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O subprocurador-geral Mario Bonsaglia reclamou do enfraquecimento do MP no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Os subprocuradores precisam atuar junto ao STJ com maior auxílio, estrutura e temos perdido prestígio. Não conseguimos ser intimados pessoalmente, temos que ficar lendo Diário Oficial para ficar sabendo dos feitos de seu interesse. As turmas [do STJ] não disponibilizam as pautas, os procuradores chegam às cegas sem a saber o que vai ser votado”, disse.