Brasília - Em meio à onda de denúncias que comprometem a linha sucessória do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que é inútil a classe política do Distrito Federal buscar "soluções mágicas" para evitar a intervenção federal. Arruda está preso desde o último dia 11, por tentativa de suborno a uma testemunha chave do inquérito que investiga o esquema de corrupção em seu governo, desmontado pela Operação Caixa de Pandora, o chamado mensalão do DEM. "O problema é bem mais profundo", disse ele. "O Executivo e o Legislativo (do DF) não têm as mínimas condições de exercer suas atribuições constitucionais, o que afeta o princípio republicano", explicou
Gurgel se referia à repentina atividade parlamentar na Câmara Legislativa, que após "meses de omissão" resolveu fazer andar os pedidos de impeachment do governador e do vice, Paulo Octávio, também citado nas denúncias. Segundo procurador, é tardia e pouco confiável a promessa da Câmara de cortar na própria carne e julgar alguns parlamentares suspeitos de recebimento de propina do esquema. Ele diz que espera que o Supremo Tribunal
Relator
De olho no Supremo, a Câmara Legislativa usou ontem dois pesos e duas medidas ao decidir sobre os processos de impeachment de Arruda e Paulo Octávio. A relatoria do processo contra Arruda foi entregue a um deputado distrital da oposição Chico Leite, do PT, que quer pressa. A votação foi unânime. O relator do processo contra Paulo Octávio também é conhecido: será Batista das Cooperativas (PRP), um governista, que não tem pressa. A votação que formalizará o nome dele foi adiada para quinta-feira.
Ao permitir que Chico Leite relate o processo de impeachment do governador eleito, a Câmara Legislativa manda um recado ao STF de que a disposição do legislativo em cassar o mandato de Arruda é para valer. Ao mesmo tempo, ao controlar com torniquete a situação política de Paulo Octávio, a Câmara pretende mandar a mensagem de que o DF vive uma rotina institucional, com a cadeia de sucessão em operação normal. A ideia é demover o STF de autorizar a intervenção federal no Distrito Federal.
Nesta quinta-feira, o Supremo analisará o mérito do pedido de habeas corpus do governador afastado.
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