Brasília - O procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, pode ter de prestar esclarecimentos ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sobre a suspeita de que estaria envolvido no esquema de arrecadação e pagamento de propina que derrubou o ex-governador preso José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). O conselheiro Bruno Dantas fez uma representação ao CNMP pedindo que o órgão assuma as investigações das denúncias contra Bandarra que atualmente estão na Corregedoria do Ministério Público do Distrito Federal. Segundo Dantas, o procurador-geral de Justiça local precisa apresentar sua versão sobre as acusações que pesam contra ele para evitar novos desdobramentos sobre o caso. Para o conselheiro, é preciso garantir transparência às investigações.
"Quatro meses depois das denúncias, ele [Bandarra] sequer foi ouvido. É importante que ele apresente sua versão e que ocorra uma investigação aberta. Ele não precisa provar que é inocente, mas queremos garantir uma investigação isenta. Pelos elementos que nós temos, a Corregedoria não tem as melhores condições de fazer essa investigação, disse.
Dantas afirmou que a solicitação para o conselho atuar no caso foi motivado pelas informações preliminares. "O meu pedido tem como base as informações que recebemos até agora, mas a Corregedoria pode demonstrar o contrário.
Em depoimento ao Ministério Público no fim do ano passado, Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção, envolve o nome do procurador-geral de Justiça local. Segundo o delator, Arruda revelou em uma conversa que pagava propina de R$ 150 mil por mês a Bandarra. O pagamento, segundo Durval, seria uma retribuição pelo Ministério Público aprovar, sem licitação, cinco prorrogações dos contratos de coleta de lixo no Distrito Federal.
Abril
Preso desde o dia 11 de fevereiro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, Arruda deve ser solto em abril. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que deverá pedir a libertação de Arruda após a Polícia Federal ouvir todos os suspeitos e testemunhas do esquema de irregularidades no governo do Distrito Federal. Os interrogatórios deverão ocorrer nos próximos dez dias. "Assim que sejam concluídas as oitivas, o Ministério Público não se oporá que ele seja posto em liberdade", disse Gurgel.
Hugo Motta defende que emendas recuperam autonomia do Parlamento contra “toma lá, dá cá” do governo
Hugo Motta confirma favoritismo e é eleito presidente da Câmara dos Deputados
Em recado ao STF, Alcolumbre sinaliza embate sobre as emendas parlamentares
Cumprir meta fiscal não basta para baixar os juros
Deixe sua opinião