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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recebeu os documentos com as provas obtidas na Operação Panaceia, da Polícia Civil de Minas, relacionadas com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). A operação apurou indícios de envolvimento de assessores de Agnelo com um grupo farmacêutico acusado de fraudes, formação de cartel e sonegação fiscal.

Agnelo era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na época. O empresário Renato Alves da Silva, sócio da Hipolabor, tentou agilizar processos de interesse da empresa junto ao diretor-adjunto de Agnelo na Anvisa, Rafael de Aguiar Barbosa, atual secretário de Saúde do governo do petista no DF.

Escutas telefônicas feitas pela polícia mostram que Silva pediu a interferência do lobista Francisco Borges, ex-assessor de Agnelo na Câmara dos Deputados, para pressionar Barbosa. O deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG) também foi acionado pelo grupo para marcar audiências na Anvisa.

Gurgel já está analisando os documentos e poderá pedir abertura de inquérito ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) se avaliar que as provas são contundentes.O procurador solicitou em 24 de abril o compartilhamento das provas obtidas pela Polícia Civil, o Ministério Público e a Receita Estadual de Minas. Isso porque o governador tem foto privilegiado e não poderia ser investigado em Minas.

Em nota divulgada na tarde desta segunda, Barbosa afirmou que não autorizou ninguém a usar o seu nome em conversas de qualquer natureza. "Respondo por tudo o que faço e por tudo o que falo. Mas não tenho controle nem responsabilidade pelo que terceiros falam ao telefone", disse.

O deputado Ramalho confirmou que agendou audiências para a Hipolabor e mais "duas ou três" empresas mineiras na Anvisa. "[A Hipolar] É uma empresa mineira e emprega muitos mineiros. Como representante de Minas, tenho que encaminhar esses pedidos. Faço tudo dentro da lei."

Questionado sobre o pedido que fez à Anvisa, afirmou: "Pedi para tratarem o processo com mais brevidade, para não atrasar a industrialização dos medicamentos. Marquei audiências e estive em algumas delas". O deputado disse que nunca esteve com Agnelo na Anvisa e acrescentou que já era amigo de Silva antes de ser deputado.

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