O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu na tarde desta sexta-feira (21) a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Ambos são suspeitos de terem desviado recursos públicos do Programa Segundo Tempo, destinado ao incentivo da prática esportiva entre crianças e adolescentes.

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Já existe um inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) investigando Agnelo pelas supostas práticas de corrupção. Gurgel pede que essa investigação seja transferida para o STF e juntada com as apurações contra Orlando Silva. Durante a semana, Gurgel disse mais de uma vez que as acusações contra os dois, se confirmadas, são graves.

O ministro está no centro da mais recente crise política envolvendo o governo, desde a publicação no fim de semana de matéria da revista "Veja" acusando-o de desviar dinheiro do Segundo Tempo, por meio de ONGs de fachada. O ministro foi apontado como mentor e beneficiário desse esquema. Os desvios teriam começado quando Agnelo era ainda ministro do Esporte e Orlando secretário-executivo da pasta.

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O policial militar João Dias Ferreira, ex-militante do PCdoB, disse na reportagem que as entidades só recebiam recursos se houvesse o pagamento de uma taxa de até 20% do valor dos convênios. Ainda segundo a denúncia, o PCdoB indicaria os fornecedores e as pessoas encarregadas de conseguir notas fiscais frias. O motorista Célio Soares Pereira contou que entregava dinheiro pessoalmente a Orlando Silva na garagem do ministério. Em oito anos, o esquema teria desviado R$ 40 milhões.

Na terça-feira, o policial afirmou que havia uma central de cobrança de propina no ministério. Ele disse que o chefe do escritório era o advogado Júlio Vinha, que despachava ao lado de Ralcilene Santiago, ex-coordenadora-geral de um dos programas do ministério e antiga militante do PCdoB. Segundo o PM, o esquema foi montado pelo partido a fim de arrecadar recursos para campanhas eleitorais.

Na quarta, ele reafirmou as acusações à Polícia Federal (PF) e disse que entregará na próxima segunda-feira o áudio de uma conversa que comprovará o esquema de corrupção no Ministério do Esporte. Segundo Ferreira, essa gravação será um "nocaute".

O ministro Orlando Silva nega as acusações e chama João Dias Ferreira de bandido.

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