Os pedidos de investigação sobre políticos citados na Operação Lava Jato serão enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (3).
Conforme a reportagem apurou, Janot irá pedir que o relator dos processos no Supremo, Teori Zavascki, suspenda o sigilo das investigações, o que deve ser aceito pelo ministro. A decisão do magistrado, no entanto, não tem prazo para acontecer.
Executivo irá iniciar delação nesta semana
O vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite vai começar a prestar os depoimentos da delação premiada ainda nesta semana, de acordo com o advogado Marlos Arnis. Segundo a defesa, a intenção de Leite sempre foi a de colaborar com a Justiça.“O acordo está feito, mas as cláusulas que envolvem esse acordo até que seja homologado pelo juízo são abs
Leia a matéria completaAlém disso, como o ministro irá avaliar cada um dos cerca de 40 pedidos de investigação e só divulgará sua decisão ao final do processo, a revelação dos nomes e possíveis crimes cometidos por políticos acontecerá mais para o final da semana ou na semana que vem.
Convocações em CPI
Os requerimentos iniciais apresentados pelos deputados à CPI da Petrobras pedem a convocação de delatores e executivos de firmas envolvidas na Lava Jato. PPS e PSDB pediram, por exemplo, a convocação do ex-ministro José Dirceu, contratado para dar consultoria às empresas envolvidas no esquema.
Caso as expectativas se confirmem e Zavascki levante o sigilo dos inquéritos, será possível acompanhar os processos através do site do STF. O sigilo só deve ser mantido em casos de diligências que podem ser frustradas caso sejam reveladas – como no caso de um eventual pedido de grampo telefônico, por exemplo.
Com a entrega do material, Janot espera que o assédio que vem sofrendo de políticos seja dividido com Zavascki e o STF.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, deputados e senadores tem procurado Janot com a justificativa de discutir projetos que tramitam no Congresso ou simplesmente agendar visitas de cortesia. Como parte dos políticos que têm feito tais pedidos está na lista de investigados, procuradores que atuam no caso acreditam que eles tentam, na verdade, confirmar se serão ou não alvo de inquéritos no STF. Janot não tem recebido esses políticos.
Nos últimos dias ele tem se queixado de reportagens que insinuam que o procurador poderia estar protegendo alguma autoridade citada nas delações.
Repercussão
O vice-presidente, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta segunda-feira (2) que “é bom” que o procurador-geral da República divulgue “logo” os nomes dos políticos sobre os quais ele vai pedir abertura de inquérito.
“Os relatos que chegaram foram pela imprensa, tenho acompanhado pela imprensa”, disse Temer sobre a lista de Janot. “Amanhã [hoje], é bom que venha logo [a lista de] quem está eventualmente sendo objeto de inquérito. Pelo menos [vai] acabar, ainda que pela metade, esse assunto. Porque daí as coisas estarão definidas.”
O partido de Temer, o PMDB, é um dos apontados por delatores como beneficiários dos desvios da Petrobras analisados pela operação da Polícia Federal.
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