BRASÍLIA - Para garantir maior celeridade às investigações do processo do mensalão, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, enviou ontem parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) sugerindo que o número de testemunhas de defesa indicadas pelos réus seja reduzido. Atualmente, a lista inclui 641 nomes.
O procurador quer limitar o número de testemunhas em 16 indicações por réu. Caberá ao relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, decidir se adota a medida. A legislação brasileira permite que cada investigado aponte até oito testemunhas a seu favor. No entanto, como o processo é complexo, Barbosa acabou dando aos acusados o direito de apontar oito testemunhas vezes o número de crimes pelos quais são investigados. Isso inflacionou a quantidade de depoimentos previstos e aumentou a possibilidade de prescrição dos crimes antes do julgamento final.
Entre os réus com maior número de testemunhas indicadas estão o empresário Marcos Valério, com 60, e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (40).
Outra medida para reduzir o número de testemunhas da defesa foi o ultimato que Barbosa deu aos réus que indicaram depoentes no exterior: ou eles teriam de ser retirados da lista de testemunhas, ou os investigados precisariam custear a tradução do processo e o envio aos juízes no exterior. Até ontem, de dez réus que haviam feito a indicação, dois desistiram.
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