O presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), Cláudio Lopes, disse nesta quinta-feira (16) que considera "inaceitável" os ataques feitos pelos advogados dos réus do mensalão ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, durante a fase de defesa dos réus.

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"São inaceitáveis e intoleráveis os ataques recebidos pelo procurador. Por isso manifesto este apoio ao Dr. Gurgel, que merece o nosso respeito. Creio também que o momento em que realizamos esta reunião, por coincidência, é oportuno para firmarmos nossa posição intransigível e inegociável quanto a poder de investigação do Ministério Público", disse Lopes, durante a abertura do I Congresso Internacional do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público Brasileiro, que começou nesta quinta-feira.

Cláudio Lopes ressaltou ainda: "Manifesto assim nossa plena e absoluta confiança e no trabalho realizado pelo Dr. Gurgel, que deve ser respeitado. Divergências processuais devem se ater às discussões fáticas e jurídicas e dispensar que descambem para um lado que não tem a ver com o objeto da lide, desvirtuando o verdadeiro foco da causa".

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Sobre a Proposta de Emenda Constitucional 37, que limita a atuação dos Ministérios Públicos, Cláudio Lopes declarou, durante a inauguração do congresso, que considera um retrocesso e uma afronta à democracia do país.

"Repudiamos com veemência uma proposta de emenda constitucional que constitui uma verdadeira afronta à democracia. E o direito de segurança dos cidadãos, com famigerada PEC 37, a PEC da Impunidade, que, se aprovada, impedirá o Ministério Público de investigar e proteger a sociedade de eventuais desmandos e omissões policiais. Temos, no entanto, esperança que o bom senso prevalecerá no Congresso, o que rejeitará esta proposta. (...) Por sua vez, acreditamos que o STF, guardião da nossa Carta Magna, que já tem acenado de forma inequívoca quanto a esta questão, e, caso necessário, deverá se pronunciar, impedindo que este retrocesso sem precedente se consume."

Durante o evento, serão firmados dois convênios. O primeiro será entre a Rede Judiciária Europeia e o CNPG, visando à agilização de informações entre autoridades e Promotores da Rede Europeia e os do Brasil, para facilitar as investigações. Já a Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, assinará um convênio com cada um dos MPs, para agilizar o encaminhamento de denúncias feitas ao Disque 100 para os Promotores da infância.