O Ministério Público da Suíça indicou na terça-feira (4) estar disposto a repatriar ao Brasil dinheiro congelado nas contas do representante da construtora de navios SBM Offshore no Brasil, Júlio Faerman. O empresário fez delação premiada com o Ministério Público Federal em maio e deu seu sinal verde para a devolução. Os depósitos poderiam chegar a US$ 54 milhões.

CARREGANDO :)

Ele é suspeito de ter sido uma das peças centrais nos pagamentos de propinas para ex-executivos da Petrobras. Por isso, tanto do lado brasileiro como do suíço, um pente-fino está sendo feito para identificar todos os valores em todas as contas, além da origem e destino da propina. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco revelou que US$ 300 mil recebidos da SBM foram repassados ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso em Curitiba.

Segundo Barusco, a quantia foi solicitada a Faerman como um “reforço” de campanha de Dilma Rousseff em 2010. Na terça-feira, em Lausanne, uma equipe de procuradores iniciou negociações para recuperar o dinheiro e acredita que os valores poderão estar nos cofres públicos em “poucos meses”.

Publicidade

A assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral da Suíça confirmou a negociação. “Confirmamos o encontro entre o Ministério Público e procuradores brasileiros para falar sobre a repatriação de alguns ativos sequestrados na Suíça no caso da Petrobras”, afirmou o órgão.

Entre os detalhes que ainda estão pendentes para a liberação está o valor exato do dinheiro da propina. As investigações apontaram que existe uma parte do dinheiro que não seria fruto da corrupção, o que deve permanecer com o empresário.

Um representante do Ministério Público brasileiro informou que a meta da viagem é chegar a um entendimento sobre o “compartilhamento de ativos”. Ainda assim, o Ministério Público estima que a maior parte dos US$ 54 milhões deve ir aos cofres públicos nacionais. As contas estão bloqueadas pela Procuradoria-Geral da Suíça. Segundo o órgão, Faerman faz parte dos investigados nas mais de 300 contas descobertas no caso da Petrobras.