O ex-gerente da estatal Pedro Barusco admitiu o recebimento de propinas e a divisão delas com o PT e detalhou seu relacionamento com Vaccari Neto| Foto: Roosewelt Pinheiro/ ABr

O Ministério Público Federal fez novas denúncias dentro da Operação Lava Jato. Entre os denunciados, está o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

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Também estão nessa denúncia o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o empresário Adir Assad --investigado sob suspeita de manter empresas laranjas e usá-las para lavar dinheiro-- e Lucélio Roberto von Lehsten Góes, filho de Mario Góes, que já está preso em Curitiba e é apontado como operador do esquema de corrupção na Petrobras.

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Os três foram presos na manhã desta segunda-feira (16), na décima fase da investigação que apura um esquema de corrupção na Petrobras.

Além deles, Sonia Mariza Branco e Dario Teixeira Alves Junior também foram citados. A Polícia Federal cumpre também mandados de prisão contra eles.

A nova denúncia, segundo os promotores, envolvem desvios em quatro obras da Petrobras: gasoduto Urucu-Coari, refinarias Araucária e Paulínia e gasoduto Pilar/Ipojuca. Também segundo os promotores, há empresários envolvidos nessas nova denúncia, entre eles executivos da OAS, Mendes Jr e Setal.

Barusco
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No primeiro depoimento da CPI da Petrobras na Câmara, feito na última terça-feira (10), o ex-gerente da estatal Pedro Barusco admitiu o recebimento de propinas e a divisão delas com o PT e detalhou seu relacionamento com Vaccari Neto.

Disse que recebeu um pedido de reforço financeiro tesoureiro e que, por isso, providenciou o repasse de US$ 300 mil para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010.

Os detalhes do relacionamento com o tesoureiro, caso confirmados com registros como câmeras internas dos hotéis e dados telefônicos, podem comprovar pela primeira vez a proximidade entre Barusco e Vaccari.

Vaccari Neto e o PT negam que tenha havido qualquer irregularidade e afirmam que Barusco não apresentou provas.

O tesoureiro do PT também está na lista de políticos que tiveram a abertura de investigação pela Procuradoria-Geral da República autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.

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Defesa de Vaccari diz estranhar versão de procuradores

O Partido dos Trabalhadores divulgou nesta segunda-feira (16) uma nota em que a defesa do tesoureiro João Vaccari Neto diz estranhar as datas apresentadas pelos procuradores como prova de sua participação no esquema da Lava Jato. “Ressaltamos que causa estranheza o fato de que o sr. Vaccari não ocupava o cargo de tesoureiro do PT no período citado pelos procuradores, durante entrevista no dia de hoje”, diz o texto.

A nota, assinada pelo advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, diz ainda que “ Vaccari repudia as referências feitas por delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade”.

Leia a íntegra da nota:

A defesa do sr. João Vaccari Neto manifesta-se diante das informações veiculadas nesta data, as quais noticiam a apresentação de denúncia contra o sr. Vaccari, secretário de Finanças do PT, além de outras 26 pessoas, na 10ª fase da operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira.

Embora ainda não se tenha ciência dos termos da denúncia, torna-se importante reiterar que o sr. Vaccari não participou de nenhum esquema para recebimento de propina ou de recursos de origem ilegal destinados ao PT. Ressaltamos que causa estranheza o fato de que o sr. Vaccari não ocupava o cargo de tesoureiro do PT no período citado pelos procuradores, durante entrevista no dia de hoje, uma vez que ele assumiu essa posição apenas em fevereiro de 2010.

O sr. Vaccari repudia as referências feitas por delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade. Ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT, pois as doações solicitadas pelo sr. Vaccari foram realizadas por meio de depósitos bancários, com toda a transparência e com a devida prestação de contas às autoridades competentes.

O sr. Vaccari permanece à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários, como sempre esteve desde o início dessa investigação.

São Paulo, 16 de março de 2015

Prof. Dr. Luiz Flávio Borges D’Urso