| Foto: Válter Campanato/ABr

Eleição

Candidatos ao comando da PGR prometem execução imediata de penas

Folhapress

Os quatro candidatos a procurador-geral da República – os subprocuradores-gerais Deborah Duprat, Ela Wiecko, Rodrigo Janot e Sandra Cureau – foram unânimes em afirmar que seguirão a mesma linha dos antecessores em relação ao processo do mensalão. Esgotados os recursos e transitado em julgado, eles pedirão a prisão imediata dos condenados para a execução das penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Eles participaram na tarde de ontem do primeiro debate antes da eleição para formar a lista tríplice que será enviada à presidente Dilma Rousseff.

Caso necessário, Duprat afirmou que irá pedir a execução "tão logo seja transitado em julgado" o mensalão. "Ressalto ainda a importância simbólica de sinalizar para a sociedade que poderosos podem ser presos."

"Vou agir de acordo com a minha convicção jurídica e pedirei a execução tão logo seja transitado em julgado", disse Wiecko.

Janot afirmou ser "conse­quência lógica" após fim de todas as possibilidades de recursos. Cureau completou dizendo que "evidentemente seguirá a mesma linha" adotada pelos antecessores.

A eleição ocorre no dia 17 de abril e a presidente Dilma tem até julho para escolher o nome da lista que irá chefiar o órgão acusador. Desde o governo do ex-presidente Lula, a lista tem sido respeitada, mas a presidente não é obrigada a segui-la.

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A Procuradoria da Re­­pú­­blica no Distrito Federal abriu seis investigações preliminares para apurar denúncias feitas pelo publicitário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como operador do mensalão. A Procuradoria não informa quais são os crimes que estão sendo apurados, e também não deixa claro se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo das investigações.

Segundo a Procuradoria, a apuração é dirigida a fatos e não a pessoas. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em setembro do ano passado, Marcos Valério acusou Lula de ter se beneficiado do esquema.

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Seis procuradores vão participar das investigações. Se entenderem que os indícios são suficientes, podem abrir inquérito para aprofundar a apuração. No início deste ano, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, remeteu o caso ao Ministério Público em São Paulo. O depoimento também foi enviado ao Ministério Público de Minas antes de ser enviado à Procuradoria em Brasília.

Recursos

Ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa, voltou a negar pedido de advogados que pretendiam ter mais tempo para a elaboração de recursos contra a condenação de réus. O ministro também negou acesso à cópia dos votos revisados antes da publicação oficial do resultado.O prazo para recurso previsto no Regimento Interno do tribunal é de cinco dias após a publicação do acórdão. Dos 37 réus, 25 foram condenados e 12, absolvidos.

O pedido recusado por Barbosa era assinado por advogados de renome, como o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que defende ex-dirigentes do Banco Rural condenados no julgamento do mensalão. Também assinava a petição o advogado José Luís Oliveira Lima, que representa o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

Na semana passada, Bar­­bosa já havia negado pedidos semelhantes, feitos pelas defesas de José Dirceu e do publicitário Ramon Hollerbach. A defesa do publicitário entrou com um novo pedido para que Barbosa leve a discussão sobre a ampliação de prazo ao plenário. Sobre isso, não houve qualquer decisão.

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Acórdão

Até a noite de ontem, o STF ainda não havia publicado oficialmente a decisão sobre o processo do mensalão. Com isso, descumpriu o prazo de publicação do acórdão, vencido na segunda-feira. Com o atraso, dificilmente os culpados iniciarão o cumprimento das penas em 2013, como previu Barbosa no início do ano. Além do ex-ministro José Dirceu, os deputados federais petistas José Genoino e João Paulo Cunha também estão entre os condenados.