"Estamos em uma corrida de cem metros rasos". Assim o procurador da República Orlando Martello Jr. descreveu o ambiente no Ministério Público Federal no Paraná às vésperas da apresentação das denúncias contra os suspeitos da sétima fase da Operação Lava Jato.

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Os nove procuradores da força-tarefa da operação estão pressionados pela proximidade do fim dos prazos legais para apresentação das acusações contra parte dos indiciados, que se encerram na semana que vem.

Para cumprir os prazos, a Procuradoria montou um esquema de mutirão com os procuradores e mais 20 servidores da instituição que entra pelas madrugadas, fins de semana e feriados.

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Nas noites de terça-feira (9) e quarta-feira (10), a reportagem acompanhou a movimentação na frente do prédio onde fica o "puxadinho" da Procuradoria alugado para receber a equipe da Lava Jato no centro de Curitiba.

Por volta das 22h30 de terça, o procurador Deltan Dallagnol saiu correndo do edifício. Ao ser abordado pela reportagem, disse: "Desculpe, preciso tirar meu carro do estacionamento antes que feche".

Após liberar o carro e voltar, Dallagnol contou que o trabalho é difícil porque o volume de documentos apreendidos na operação é muito grande e a avaliação do teor dos papéis muitas vezes depende de novas apurações.

Em seguida, subiu novamente para as movimentadas salas improvisadas para as atividades da força-tarefa no edifício Patriarca, que fica em frente à sede da Procuradoria da República no Paraná.

Na última segunda-feira (8), feriado do Dia da Justiça para os profissionais da área, o trabalho não foi interrompido.

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Martello Jr., que tinha início de férias marcado para quarta (10), adiou o período de descanso para se dedicar à preparação das acusações formais contra os suspeitos.

"Aqui todo dia tem pizza. Mas cuidado ao escrever isso, não é pizza para os envolvidos nos crimes", disse o procurador.

Na quarta, a última entrega de pizzaria chegou à equipe da Lava Jato pouco depois das 22h, depois de intenso tráfego de motoqueiros de restaurantes durante toda a noite no local.

Martello Jr., Dallagnol e os procuradores Carlos Fernando Lima e Januário Paludo já têm no currículo a experiência da atuação no caso Banestado no início da década de 2000, no qual o doleiro Alberto Youssef também foi acusado pela prática de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e fez uma delação premiada.

Completam o grupo da força-tarefa procuradores mais novos da instituição, que já tiveram trabalhos bem avaliados em casos mais recentes nas procuradorias de outros Estados.

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