Carona
Ministro da Previdência levou empresário em jato da FAB para o Maracanã
FolhaPress
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho (PMDB), deu carona no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) a um dos empresários mais conhecidos do Rio Grande do Norte e também sócio do seu filho Bruno Alves. O empresário Glauber Gentil, 35, pegou carona com Garibaldi no trecho de Fortaleza para o Rio de Janeiro para ver o jogo da seleção brasileira no estádio do Maracanã pela final da Copa das Confederações. O caso foi mostrado ontem pelo jornal Folha de S.Paulo
Os dois, segundo confirmou o próprio ministro, viajaram sozinhos num avião da FAB com capacidade para dez pessoas. Segundo Garibaldi, Glauber é um "amigo". Ele aparece como sócio de Bruno Alves, filho do ministro. Em entrevista ontem, o filho do ministro disse que Glauber Gentil pediu a ele para intermediar a carona. "Temos um contato diário por causa da empresa. Ele já tinha passagem aérea, estava em Fortaleza, só que era para mais tarde", disse.
Em nota divulgada ontem, a Previdência afirmou que Garibaldi tinha passagem comprada, em avião comercial, para o Rio de Janeiro, onde passaria o final de semana.
A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu investigação ontem para apurar se houve improbidade administrativa praticada pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), ao dar carona aos seus parentes e conhecidos em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ver a final da Copa das Confederações no Rio. Alves levou sete convidados de Natal, sua cidade natal, para o Rio.
O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo no início desta semana. Após a divulgação do fato, o presidente da Câmara devolveu à União R$ 9,7 mil referentes, segundo ele, ao valor total da carona para seus parentes e conhecidos.
A investigação é preliminar e terá um prazo de 90 dias, prorrogáveis por mais 90, para concluir se houve ou não improbidade administrativa praticada pelo presidente da Câmara.
A lei que trata de improbidade administrativa aponta a necessidade de ressarcimento do erário pelo mau uso do dinheiro público. Nas ações da área civil não há prerrogativa do chamado foro privilegiado, quando ações são analisadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Será investigado, inclusive, se o valor de R$ 9,7 mil pago por Alves corresponde ao gasto para levar os sete convidados de Natal ao Rio de Janeiro. O valor, segundo sua assessoria, foi calculado em uma média do custo dos bilhetes aéreos referentes àqueles trechos. O cálculo foi baseado em voos comerciais. O jatinho da FAB, contudo, foi fretado para os oito passageiros Alves e seus convidados.
A reportagem fez uma cotação com TAM e Líder Aviação, que oferecem serviços de fretamento particular. Nas mesmas condições de datas, trechos e número de passageiros, o valor mais barato saiu por R$ 158 mil.
Transparência
Após a divulgação de vários casos de autoridades que usaram aviões da FAB sem que tivessem compromisso oficial agendado para justificar o uso da aeronave, o governo federal decidiu divulgar na internet informações sobre o uso de aeronaves oficiais.
A decisão do governo de dar transparência, no entanto, vale apenas para viagens de integrantes do poder Executivo.
"Vamos abrir, não há porque não dar transparência. Não estou falando da Câmara e do Senado, mas do governo federal que é o que me compete", disse o ministro da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage.
Ele afirmou que o governo vai "colocar no ar" dados como o nome da autoridade que solicita o avião da FAB, a quantidade de passageiros, dia, hora e destino, bem como se o motivo da viagem é por uma emergência médica, a serviço ou para o local de residência do solicitante.
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