A Procuradoria-Geral da República defendeu a manutenção da prisão do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Em parecer encaminhado na noite de quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, afirma que a prisão é necessária para assegurar a manutenção da ordem pública e garantir o curso da investigação.
No parecer, a vice-procuradora rebate os argumentos dos advogados de Arruda. Duprat ressalta que o governador não apenas tentou obstruir as investigações acerca do esquema de corrupção no governo local, ao participar da tentativa de suborno de uma das testemunhas do inquérito da Operação Caixa de Pandora, como também usou a máquina pública com este propósito.
"Houve absoluta subversão da ordem pública no Distrito Federal: a sua estrutura administrativa foi utilizada para impedir a tramitação do processo de impeachment na Câmara Distrital; servidores públicos ocupantes de cargos comissionados foram ameaçados de demissão caso não participassem de manifestações em favor do governador; ônibus que prestam serviços às administrações regionais foram utilizados para conduzir servidores a esses atos públicos em favor do governador; empresas pertencentes a deputados distritais com atuação no processo de impeachment foram beneficiadas com altas somas de recursos públicos", lista o parecer.
O documento foi encomendado pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, e servirá de embasamento para os demais ministros da corte. Entre terça e quarta-feira, o plenário do STF deve julgar o mérito do habeas corpus que pede a liberdade do governador, negado em caráter liminar por Marco Aurélio na sexta-feira de carnaval. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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