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O Ministério Público Federal reforçou nesta quinta-feira (2) a denúncia contra os 37 acusados da Operação Caixa de Pandora, que investigou o chamado "mensalão do DEM" no Distrito Federal. Para a subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, "o fato criminoso atribuído a cada acusado [...] foi claramente classificado como crime" -inclusive em relação ao ex-governador José Roberto Arruda.

A afirmação foi feita em documento conhecido como contrarrazão enviado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Nele, o Ministério Público Federal rebate a defesa dos acusados após denúncia feita em junho de 2012. É o último trâmite antes do STJ analisar se recebe as acusações apresentada pela Procuradoria. "Nesta ação penal, todos os 37 acusados apresentaram resposta à denúncia, mas seus argumentos são insuficientes para impedir o recebimento da peça acusatória pelo STJ", defende Raquel Dodge.

Segundo ela, "a quadrilha tinha por objetivo implementar um projeto de poder político que garantisse a seus membros acesso direto ao dinheiro público, para desviá-lo e dele se apropriar mediante corrupção".

A Caixa de Pandora, da Polícia Federal, abalou a política do DF por conta da vasta videoteca de Durval Barbosa, ex-secretário de Arruda e delator do esquema e um dos denunciados.

Durval entregou à PF dezenas de gravações em que recebia dinheiro de empresários e o distribuía a políticos. Há vídeos mostrando maços de notas sendo colocados em bolsas, meias e cuecas. No documento, o Ministério Público Federal rebate ainda acusação feita por Arruda de que Durval induziu a polícia ao erro ao gravar as imagens com equipamentos particulares.

"Não há qualquer restrição legal sobre o modo de gravar os vídeos. O Supremo Tribunal Federal admite a validade de gravação ambiental privada", afirmou Dodge.

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