Pode ser de pouco uso prático para o processo legislativo, mas é, no mínimo, curioso ter um vereador eleito que domina temas como Modelagem e Simulação de Sistemas Dinâmicos, Princípios de Metrologia Industrial e Sistemas Térmicos e Fluídicos.
Engenheiro mecatrônico formado pela Universidade de São Paulo, Euler de Freitas (PSD), assumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Curitiba depois de receber 7.188 votos nas eleições de 2016.
O caminho até a política, entretanto, não foi aberto pela atuação na engenharia, mas na educação. Desde os 18 anos de idade, o parlamentar – que hoje tem 43 – leciona física em cursos pré-vestibular.
Verba extra não garante 2017 tranquilo para cidades do Paraná
Leia a matéria completaAos 21 anos, saiu de São Paulo para vir a Curitiba dar aulas no Colégio Positivo, onde trabalha até hoje e estima ter tido cerca de 100 mil alunos.
Mesmo no exercício do mandato, Euler não vai abrir mão da sala de aula. Durante três dias na semana, em horários que não afetem a atuação parlamentar, seguirá lecionando no Positivo.
“Eu acho legal poder conciliar isso porque quero que meu aluno tenha um contato que ele nunca teve com alguém do legislativo. Além disso, vou receber sugestões e reclamações – coisas que às vezes a gente não enxerga, mas outra pessoa está enxergando”, afirmou.
Primeira campanha
Euler foi candidato pela primeira vez em 2016 é já foi eleito. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, a campanha custou R$ 9,9 mil e teve o próprio candidato como único doador.
“Eu não acredito que alguém faça doação por caridade, eu não quero ninguém venha me cobrar nada, quero ter uma atuação independente”, explica.
Com a visibilidade de quem dá aulas para cerca de 6 mil novos alunos por ano, Euler fez uma campanha focada, sobretudo, nas redes sociais. Ele explica que como não se licenciou para fazer campanha, não tinha tempo de ir às ruas pedir voto.
Vereadora propõe ônibus de graça para mulheres vítimas de violência doméstica
Leia a matéria completaA ideia da candidatura surgiu por sugestão do deputado estadual, e candidato a prefeito de Curitiba em 2016, Ney Leprevost (PSD), para quem Euler escreveu o plano de governo na área da educação. Filiado ao PSD desde abril do ano passado, o professor conta que só definiu que seria candidato no último dia do prazo estipulado pelo TSE, o que provocou correria para vencer a burocracia necessária.
Primeira ideia
O primeiro Projeto de Lei que o vereador pretende apresentar é uma emenda à Lei Orgânica com o objetivo de proibir que vereadores eleitos assumam cargos no Poder Executivo durante o mandato.
“O eleitor acabou de me eleger para ser vereador justamente com a função de fiscalizar o Executivo, o prefeito me chama e eu vou trabalhar junto do Executivo?”, questiona.
No gabinete de outro professor
Dos 38 gabinetes da Câmara Municipal, coube ao Professor Euler ocupar justamente o de outro professor, Galdino, que não se candidatou à reeleição. O novo ocupante do espaço queixou-se da situação em que o recebeu.
“Eu peguei o gabinete caindo aos pedaços, com parede suja, problemas no teto e no piso”, relata.
A solução dada pelo vereador foi reformar o espaço com dinheiro do próprio bolso. “Eu conversei com o pessoal que vai trabalha comigo, nós vamos estar juntos por quatro anos, é importante o aspecto visual para termos um bom ambiente de trabalho”, diz.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião