Dos dez maiores salários brutos entre os servidores do Poder Executivo federal, cinco são de professores da Universidade Federal do Ceará (UFCE). Na lista aparecem ainda três ministros entre os dez mais: Celso Amorim (Defesa), Marco Antônio Raupp (Ciência e Tecnologia) e Paulo Sérgio Passos (Transportes). Os dez primeiros da lista têm remuneração entre R$ 44.100,75 e R$ 59.109,86. Mas, na prática, eles recebem menos, uma vez que o teto constitucional do funcionalismo é de R$ 26.723,13.
A campeã de salário bruto é a professora de Direito da UFCE Maria Vital da Rocha: R$ 59.109,86. Mas quando são descontados o abate do teto constitucional, imposto de renda e contribuição previdenciária, o salário líquido dela fica em R$ 18.624,32. Os dados disponíveis no Portal da Transparência, mantido pela Controladoria-Geral da União (CGU), no entanto, apontam que um, dentre os dez mais, recebe mais que o teto constitucional mesmo após todos os descontos. Trata-se do professor Paulo Cesar Formiga Ramos, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ele recebeu R$ 28.375,76 no mês de maio.
Entre todos os funcionários públicos, quem mais recebeu em maio foi o analista do Banco Central Eulando Lásaro de Deus Vieira. Contando remuneração bruta, gratificação natalina (antecipação do décimo terceiro) e outras remunerações eventuais - e já descontados todos os impostos e contribuições - ele ganhou R$ 81.468,48 em maio. A maior parte do dinheiro - R$ 73.381,91 - está na categoria "outras remunerações eventuais". Segundo explicações da CGU, trata-se de valores pagos em decorrência de acertos de meses anteriores, exercícios anteriores ou decisões judiciais. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando há um desconto indevido num mês, e o órgão em que o servidor trabalha corrige o erro depois, depositando o que estava faltando A CGU também informou que tais valores não compõem a base de cálculo do teto constitucional.
A CGU começou a divulgar o salário dos servidores no Portal da Transparência no dia 27 de junho. Teve que interromper depois de uma decisão da Justiça Federal, mas voltou a publicar os vencimentos após ganhar recurso no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas apenas nesta terça-feira passou a divulgar os dados em formato que permite trabalhá-los no computador, com a possibilidade, por exemplo, de ordenar os salários do maior para o menor.
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