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Professora protesta durante a audiência no Senado: aliados de Richa defenderam o governo. | Geraldo Magela/Agência Senado
Professora protesta durante a audiência no Senado: aliados de Richa defenderam o governo.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Uma semana após a “batalha do Centro Cívico”, professores e governo do estado mantiveram o clima de confronto em audiência pública realizada nesta quarta-feira (6) pela Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Cerca de 30 manifestantes e representantes de sindicatos que participaram do conflito, grande parte ainda com machucados visíveis, viajaram para Brasília e falaram sobre excessos cometidos durante a operação policial.

Do outro lado, a gestão Beto Richa (PSDB) não enviou membros do primeiro escalão e acabou defendida por uma coalizão de lideranças nacionais tucanas e da Frente Parlamentar de Segurança Pública.

Na mesa de debates, coube ao assessor especial de Políticas Públicas para a Juventude, Edson Lau Filho, falar em nome do governo estadual. Tanto Richa quanto o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Francischini, foram convidados, mas não compareceram à reunião. A audiência foi convocada a pedido de quatro senadores do PT, incluindo a paranaense Gleisi Hof fmann, o que reforçou a polarização política da discussão.

Presidente da Juventude do PSDB do Paraná, Lau Filho manteve o tom de responsabilização dos sindicatos pelo começo do confronto. “Os sindicatos são mestres na arte da vitimização e do drama”, declarou. “Não se pode deixar de observar o óbvio: houve postura de confronto por todos os lados.”

No começo da fala, o assessor, de 28 anos, se comparou ao personagem bíblico Daniel, por “entrar na cova dos leões”. Ele estava em Brasília para outra reunião com representantes do governo federal, mas acabou designado de última hora para falar em nome do governo do estado. Preparou um texto para ler durante a audiência na noite anterior e usou um celular para visualizá-lo.

Lau Filho também fez críticas à gestão de Roberto Requião (PMDB) na condução da Paranaprevidência. Foi interrompido pelo senador peemedebista, que falou que ele “estava mentindo”. “É um menino que está lendo um texto que não foi nem ele que fez”, disse Requião.

Richa também foi defendido na mesa pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), que compôs o debate como líder do governo Dilma Rousseff na Câmara. Barros citou que Dilma também envia neste momento ao Congresso medidas de austeridade fiscal, mas que essas votações não são bloqueadas por sindicatos. Ele também disse que a APP-Sindicato “instruiu os manifestantes para o confronto”.

Barros é pai da deputada estadual Maria Victória (PP), da base aliada de Richa na Assembleia Legislativa, e marido da vice-governadora e chefe do Escritório de Representação do Paraná em Brasília, Cida Borghetti (Pros).

“As imagens mostram o tamanho da violência contra pessoas completamente desarmadas. Agora estão dizendo que até aquilo que usamos como proteção era sinal de que estávamos preparados para o combate”, rebateu na sequência a professora Cintia Xavier, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

A professora Luzia Marta Belini, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), relatou uma conversa que teve com Barros antes da audiência. Segundo ela, o deputado disse que as feridas do confronto “saram”. “Mas não saram não, elas são muito profundas.” Luzia passou mal e deixou a audiência para ser atendida pelo serviço médico do Senado.

O secretário-geral da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unioeste), Denny William da Silva, confirmou que os professores trabalhavam com a hipótese de ocupar o plenário novamente, assim como havia ocorrido em fevereiro. “Estávamos dispostos, sim, porque estávamos no limite. Quando não há diálogo, não dá para falar em democracia.”

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