Rui Falcão: deputado petista tem 72 horas para se explicar| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Ataques a ônibus

PT quer explicações de petista suspeito de ligação com o PCC

O presidente nacional do PT, Rui Falcão (SP), afirmou ontem que o deputado estadual de São Paulo Luiz Moura (PT) tem 72 horas para se explicar ao partido sobre sua relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) – facção criminosa que controla penitenciárias paulistas. Moura participou de uma reunião que foi alvo de operação policial em investigação sobre o envolvimento do PCC nos recentes ataques a ônibus em São Paulo. "Eles [integrantes do diretório estadual do PT] vão, em 72 horas, conversar com o deputado, informar-se das circunstâncias e, após isso, tomar uma decisão", relatou Falcão. Moura nega ligação com o PCC.

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O PT focará seu programa de governo para a reeleição da presidente Dilma Rousseff em um conjunto de propostas que serão apresentadas como "um novo ciclo de mudanças". A sigla divulgou ontem um documento, aprovado pela executiva nacional, com as principais diretrizes que irão embasar o programa de governo.

O documento busca apresentar propostas para as principais demandas apresentadas pelas manifestações de rua do ano passado e que foram encampadas pela presidente Dilma na apresentação dos "cinco pactos em favor do Brasil", logo após os protestos.

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Uma das reformas propostas pelo documento é a reforma política como meio de permitir maior "participação da sociedade na formulação e controle das políticas públicas". O texto propõe ainda a realização de uma Constituinte Exclusiva que poderá eliminar o financiamento empresarial privado nos processos eleitorais.

Apesar de defender as reformas, o texto não menciona a realização de plebiscitos ou referendos, mas afirma que "deve haver maior participação da sociedade na formulação e controle das políticas públicas".

Outras ações

O texto afirma ainda que o partido se proporá a fazer as reformas agrária, urbana, política e tributária, a democratização dos meios de comunicação, a ampliação dos direitos públicos universais, aprofundar a soberania nacional, a integração latino-americana e caribenha e a participação no bloco econômico dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) como "parte da construção de uma nova ordem mundial".

Em uma crítica direta aos pré-candidatos à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, e pelo PSB, Eduardo Campos, o documento afirma que ambos são neoliberais e a proposta do PT configura a "melhor resposta aos que tentam manipular as legítimas aspirações de mudança do povo brasileiro".

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Processo

O documento com as diretrizes do partido ainda será submetido ao diretório nacional do PT que deverá referendá-lo. Depois, os partidos aliados deverão discuti-lo além de apresentar suas propostas para o programa de governo.

Os pontos apresentados podem, no entanto, sofrer resistências de partidos aliados como o PMDB. No ano passado, por exemplo, o partido foi contrário à realização de um plebiscito para alterar regras eleitorais, como proposto por Dilma.