A implantação do projeto Tudo Aqui no Paraná tomou conta dos debates ontem na Assembleia Legislativa. Pelo projeto, que ainda está em fase de licitação, uma empresa será contratada para implantar e operar nove unidades de atendimento ao cidadão no estado. O valor do contrato, que será de 25 anos prorrogáveis por mais 25 anos, é de quase R$ 3 bilhões. Os governistas justificaram que a medida vai agilizar e unificar uma série de serviços no mesmo local. Para os oposicionistas, a população acabará pagando duas vezes pelo mesmo serviço, e o estado colocará nas mãos da iniciativa privada as suas informações estratégicas.
Feito na modalidade de Parceria Público-Privada (PPP), o programa prevê a instalação de centros de atendimento em Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. De acordo com o edital de licitação, o governo pagará R$ 9, 9 milhões mensais para a empresa que vencer a concorrência. A previsão é que os envelopes com as propostas sejam abertos no dia 25 de abril. Segundo o Executivo, cada unidade vai reunir 34 órgãos e 171 serviços, como emissão das carteiras de identidade e de habilitação e solicitação da 2.ª via de contas de luz e água.
As justificativas não convencem o líder da oposição, deputado Tadeu Veneri (PT). "O processo está sendo feito sem nenhuma transparência. A prefeitura de Curitiba, por exemplo, sequer foi comunicada do assunto. É pior do que o pedágio na época do Jaime Lerner", criticou. "O cidadão vai pagar na prestação do serviço, no centro de atendimento, e através do estado, que vai usar o dinheiro do contribuinte para remunerar a empresa vencedora da licitação."
O líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), disse que o modelo é o mesmo utilizado em estados governados pelo PT. Segundo ele, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado teriam dado o aval para o programa. "Foi feita uma audiência pública sobre o tema, com chamado amplamente divulgado. Talvez os deputados do PT não estejam com a leitura dos jornais em dia", ironizou.
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