Refinarias de petróleo dos Estados Unidos podem cortar a produção em até 25 por cento e a dependência do país em derivados importados pode dobrar nas duas próximas décadas se a versão da Câmara dos Representantes para um projeto sobre clima se transformar em lei, informou o Instituto Americano do Petróleo nesta segunda-feira.
Pelo projeto denominado "limitar e negociar," aprovado por estreita margem de votos pela Câmara em junho, o refino do petróleo poderia cair drasticamente em 4,4 milhões de barris por dia até 2030, passando a 12 milhões de bpd, disse o Instituto, citando um estudo encomendado pela EnSys Energy.
A importação poderá corresponder a até 19,4 por cento do consumo nos Estados Unidos até 2030, contra uma taxa de 9,6 por cento se esse projeto não for aprovado, diz o estudo.
Os investimentos nas refinarias dos EUA poderiam diminuir em até 90 bilhões de dólares até 2030, o que representaria um declínio de 88 por cento.
O projeto da Câmara tem como meta conter as emissões de gases do efeito estufa em 17 por cento até 2020, tendo como referência o total em 2005, e requer que os poluidores obtenham permissão para a quantidade de dióxido de carbono que jogam na atmosfera.
De acordo com o projeto, as refinarias são responsáveis tanto pelos 4 por cento de emissões liberadas durante o processamento do petróleo bruto como também pelos gases originários do uso dos combustíveis que elas produzem, como a gasolina e o óleo de calefação.
No total, as refinarias responderiam por mais de 40 por cento das emissões, o que as forçaria a comprar a maioria das permissões para liberação dos gases.
Inicialmente, a indústria teria direito a autorizações gratuitas para 85 por cento de suas emissões. Mas a indústria do refino teria apenas 2 por cento das autorizações sem pagamento, ficando assim vulneráveis à competição de refinarias estrangeiras que não estariam sujeitas aos mesmos custos.
Analistas dizem que o projeto da Câmara poderia debilitar as refinarias, em especial as menores e independentes que já estão sofrendo com a fraca demanda e com a melhoria da eficiência energética.
O Senado vai trabalhar em sua versão do projeto em setembro.
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