O promotor da Justiça Militar Mauro Faria de Lima disse ao G1 nesta sexta-feira (18) que deve concluir apenas na segunda-feira a denúncia contra oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal pela repressão a manifestantes que pediam a saída do governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) do cargo.
No protesto, realizado no último dia 9, a PM usou a cavalaria, bombas de gás, balas de borracha e spray de pimenta contra os manifestantes. Três pessoas foram detidas. Arruda é suspeito de comandar um suposto esquema de distribuição de propina a aliados.
Lima disse que não teve tempo de concluir a denúncia nesta sexta. "É um trabalho técnico, que deve ser feito com cuidado", afirmou. Segundo ele, a denúncia deve ser apresentada no período da tarde de segunda.
O comandante da operação, coronel Silva Filho, disse, no dia da manifestação, que a PM usou a "força necessária" no confronto com os manifestantes. "A polícia reagiu com a força necessária para que a turma fosse controlada. Se tivesse uma liderança, não seria necessário o uso da força", disse.
Segundo o coronel, cerca de 1.500 manifestantes participaram o ato em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. A PM usou 600 policiais na operação. No protesto, os manifestantes chegaram a fechar o Eixo Monumental, uma das principais vias de Brasília, que leva ao Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso Nacional.
Dois dias depois da manifestação, Arruda enviou ofício ao secretário de Segurança Pública do DF, Valmir Lemos de Oliveira, para "ratificar" orientações sobre a atuação da secretaria diante de manifestações populares. No documento, o governador reconhece a legitimidade das manifestações populares, mas ressalta que o "direito dos manifestantes termina onde começa o direito dos cidadãos de ir e vir".
Desde o início do escândalo de corrupção, Arruda tem sido alvo de vários protestos, que pedem sua saída do cargo. Ele, no entanto, já disse que não pretende deixar o governo, embora tenha desistido de tentar sua reeleição por ter se desfiliado do DEM.
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