São Paulo - O promotor de Justiça José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), declarou ontem que vai requerer o indiciamento criminal e denunciar à Justiça o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. A denúncia será por formação de quadrilha, estelionato, apropriação indébita e lavagem de dinheiro delitos que o tesoureiro do PT, segundo o promotor, teria praticado enquanto ocupou a presidência da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), entre 2005 e 2010.
Blat disse que a medida será tomada ao fim de sua investigação, independentemente de a Justiça autorizar ou não a quebra do sigilo bancário e fiscal de Vaccari, requerida sexta-feira. "Nada vai impedir o nosso trabalho", afirmou o promotor, indignado com acusações de lideranças do PT de que ele estaria a serviço do PSDB.
Rombo milionário
O rombo provocado por Vaccari na Bancoop, calcula o promotor, supera R$ 100 milhões. Ele está convencido de que parte desse montante financiou campanhas eleitorais do PT, inclusive a de 2002 que levou Luiz Inácio Lula da Silva pela primeira vez à Presidência. O dinheiro desviado deveria ter sido usado pela cooperativa para construir imóveis para seus cooperados. Cerca de 3 mil associados da Bancoop teriam sido lesados pela direção da entidade.
Ontem, 18 líderes de cooperados que alegam ser vítimas de fraudes e estelionato da Bancoop foram buscar ajuda na sede da Procuradoria-Geral de Justiça em São Paulo. Recebidos por um grupo de promotores especialistas em desvendar desfalques no patrimônio público, eles relataram por cerca de uma hora o tormento que vivem desde que depositaram suas economias e a confiança nos projetos da cooperativa que um núcleo do PT fundou em 1996.
Durante a audiência, o advogado Walter Picazio Júnior, em nome de oito associações de famílias que compraram, mas não tomaram posse dos imóveis, entregou "pedido de providências urgentes" aos promotores. O documento, de 11 páginas, requer dissolução da cooperativa e imediato afastamento de todo o quadro diretivo. "Só assim vamos nos livrar dessa cruz e podermos concluir as construções com o nosso próprio esforço", disse Picazio.
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