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O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT) veio no momento e da forma errada, correndo risco de inflar os protestos de impeachment marcados para o próximo dia 15, segundo avaliação de cientistas políticos.

“Tem sido difícil entender as decisões do núcleo político de Dilma. Ela some quando tem que falar e fala quando não precisa, além de falar mal”, afirma Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas. Para Teixeira, a articulação do Planalto, comandada pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, está cada vez mais desconectada da governabilidade.

Teixeira avalia que Dilma cometeu dois erros no discurso que ajudaram a inflar os panelaços. O primeiro foi argumentar que não havia como prever os efeitos da crise econômica no Brasil. E o segundo foi tentar dividir a responsabilidade com a população. “Ela infla também a lógica binária, do ‘nós versus eles’, do ‘rico versus pobre’, o que pode ser prejudicial ao governo nos protestos do dia 15 e também na manifestação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no dia 13.”

Momento ruim para Dilma

O cientista político Rodrigo Rossi Horochvski, da UFPR, avalia que, neste momento em que a inflação começa a ser sentida no bolso da população, os protestos do dia 15 podem ganhar proporção grande. “Tem um grande potencial de mobilização, dado o momento” , diz ele.

O cientista político do Insper Humberto Dantas, também acredita que a fala de Dilma mais a prejudica que a beneficia, especialmente em um momento crítico para o governo no cenário político e no cenário econômico. “Isso me lembra aquele momento da Dilma na Copa, em que as declarações e aparições dela instigavam mais manifestações contrárias e até agressividade”, diz Dantas.

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