A nova frente de investigação da Operação Lava Jato, que apura o pagamento de propinas na BR Distribuidora pela empresa catarinense Arxo, funcionou "até a data de hoje", segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
"Eu diria que vai até a data de hoje", afirmou o procurador, que integra a força-tarefa da operação responsável pela investigação de corrupção na Petrobras. "É muito recente."
A BR Distribuidora é a subsidiária da Petrobras que atua na distribuição, comercialização e industrialização de produtos de petróleo e derivados, além de atividades de importação e exportação. Segundo a petroleira, a empresa tem mais de 7.000 postos de combustíveis -a maior rede do país.
A Arxo, sediada em Piçarras (litoral norte de Santa Catarina), produz tanques para armazenamento de combustível, e era fornecedora da BR Distribuidora. Ela ainda tem contratos em andamento com a estatal.Segundo o procurador, a nona fase da Lava Jato, deflagrada nesta quinta (5), começa a descobrir um amplo leque de empresas envolvidas em corrupção.
"Saímos do núcleo empreiteiras. É muito mais variado do que isso", declarou Lima.Na sétima fase da Lava Jato, deflagrada em novembro, executivos de grandes empreiteiras do país foram presos.
A investigação, que agora identificou 11 novos operadores do pagamento de propinas na Petrobras e na BR Distribuidora, mostrou um esquema de corrupção "muito vasto", de acordo com o procurador."Não foram uma ou duas operações. São centenas de operações, das mais variadas."
Dois empresários, um sócio e um diretor da Arxo, já foram detidos temporariamente pela PF em Itajaí (litoral de Santa Catarina), e serão encaminhados à sede da polícia em Curitiba até o final da tarde.Outro sócio da Arxo, também com mandado de prisão temporária, está em viagem ao exterior, mas deve regressar ao Brasil ainda nesta quinta.
Um quarto mandado de prisão, contra um operador do esquema que vive no Rio de Janeiro, ainda não havia sido cumprido até a publicação desta reportagem.
A expectativa, agora, é que outras empresas envolvidas no esquema procurem o Ministério Público Federal para prestar informações sobre o caso, comentou o procurador.
Outro lado
A Arxo soltou uma nota nesta manhã afirmando que está "prestando as informações solicitadas pela Receita e Polícia Federal".
"A intenção da empresa é contribuir com o trabalho das autoridades, ajudando-os com todo e qualquer esclarecimento necessário", afirma a nota. As atividades administrativas da empresa foram suspensas, mas a produção da fábrica continua em andamento.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura