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Nelma Kodama: de 200 euros a US$ 5,2 milhões no exterior. | Jonathan Campos
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Nelma Kodama: de 200 euros a US$ 5,2 milhões no exterior.| Foto: Jonathan Campos /Gazeta do Povo

A lista de países citados em processos da Operação Lava Jato aumenta a cada dia. A relação chega 39 nações estrangeiras de alguma forma envolvidas no esquema de corrupção brasileiros. São pedidos internacionais de cooperação para recuperar verbas desviadas ou para ouvir testemunhas, negócios mantidos no exterior por empreiteiras brasileiras investigadas, empresas de fora que foram indiciadas por atuação no caso, citações de tráfico internacional de drogas, além de negócios suspeitos mantidos pela Petrobras no exterior.Somente as transações financeiras com dinheiro do esquema englobam 30 países.

Na semana retrasada, investigadores dos Estados Unidos estiveram no Brasil para reuniões com os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e com o juiz federal Sergio Moro, responsável pela condução da Lava Jato. Eles investigam a atuação de cidadãos americanos no caso de corrupção da Petrobras.

As visitas de investigadores de fora do país não param por aí. Na semana passada, foi a vez de a Itália mandar representantes para conversar com os investigadores do Brasil. Não se sabe ao certo o foco das buscas italianas. De acordo com o MPF, todos os países procurados têm auxiliado nas investigações, com exceção do Panamá que, de acordo com um dos procuradores da força-tarefa, tem “decepcionado” quando é acionado a colaborar.

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Os países citados nas denúncias do MPF como recebedores de verbas ilícitas ou ao menos como uma rota para o dinheiro desviado, em geral, são sedes de off-shores ou de bancos onde os repasses passaram ou chegaram. Até agora, como informa o MPF, foram pedidos 53 acordos de cooperação internacional que, até maio, fizeram retornar ao Brasil cerca de R$ 250 milhões.

Um dos países onde mais se ouve falar da Lava Jato fora do Brasil é a Suíça. O Ministério Público local já repassou informações sobre ex-diretores da Petrobras, operadores, doleiros, executivos da Odebrecht e, agora, tem colaborado com as investigações envolvendo contas mantidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no país.

Conforme reportagem publicada no início do mês pelo jornal O Estado de S.Paulo, investigadores próximos ao caso teriam afirmado que há mais de cem contas congeladas no país, mas que ainda não tiveram seus nomes publicados.

A quantia total poderia chegar perto de R$ 1 bilhão de dinheiro público brasileiro guardado por cofres suíços. De acordo com o MPF, ao lado dos Estados Unidos, a Suíça é um dos países que mais têm auxiliado nas investigações da Lava Jato.

E tudo começou com 200 mil euros apreendidos

Logo em suas primeiras ações, a Operação Lava Jato chegou a atividades irregulares cometidas pelos suspeitos em outros países. A doleira Nelma Kodama, uma das primeiras condenadas do caso, por exemplo, foi presa enquanto tentava carregar 200 mil euros em um voo para Milão, na Itália. Ao todo, o Ministério Público Federal (MPF) identificou a prática de 91 crimes de evasão de divisas pela doleira, somando US$ 5,27 milhões no exterior.

Outra das primeiras denúncias resultantes da investigação chegou, inclusive, a dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas. Foram constatadas, pelo MPF, envio e recebimento de cocaína da Bolívia e do Peru, na América Latina, e Inglaterra e Espanha. Há ainda empresas brasileiras com negócios no exterior que acabaram envolvidas no caso, como no processo que trata da compra de navios-sonda pela Petrobras.

A atuação de empresas investigadas na Lava Jato e da própria Petrobras em outros países também despertou a desconfiança de autoridades locais. Não só no Brasil, como no Peru, na Suíça, no Panamá e no Equador os negócios da empreiteira Odebrecht estão sob suspeita de corrupção. Em outros países das Américas, como Equador, Colômbia, Estados Unidos e Panamá, também foram abertas auditorias em contratos da companhia.

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