![Proposta de antecipar eleição presidencial ganha força no PT, diz deputado Diretório Nacional do PT se reúne nesta terça para discutir que tipo de oposição será feita em relação ao governo Temer. | Catarina Scortecci/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2016/05/8ca6f2c64419019a4cb159ff954f43af-gpLarge.jpg)
Ao chegar para o encontro nacional do diretório do PT, em Brasília, o presidente do PT do Paraná, deputado federal Enio Verri, admitiu em entrevista à Gazeta do Povo que a bandeira pela antecipação das eleições gerais tem se fortalecido no partido. “Eu pessoalmente acho uma boa pauta, inclusive de mobilização da sociedade. Podemos transformar o processo de antecipação das eleições em um novo movimento Diretas Já, mas hoje com uma população mais crítica, mas consciente, mais organizada”, afirmou ele. A questão é uma das pautas do encontro, que começou nesta terça-feira (17) por volta das 11 horas.
“Mas dentro do PT não está claro ainda se é melhor defender um processo de antecipação das eleições ou apostar tudo em setembro e, caso a gente não seja bem sucedido, investir em 2018 [ano da eleição presidencial]”, explicou ele, em referência à votação final do processo de impeachment no Senado, prevista para ocorrer no começo de setembro.
Questionado se o PT ainda vê chance no retorno da presidente afastada Dilma Rousseff, Verri admitiu dificuldade. “Tem chance, claro que existe, mas precisamos ser realistas. Temos que mudar a opinião de três senadores, não é fácil. É claro que o vice-presidente Temer tem ajudado nisso, tem sido um ‘grande parceiro’ tomando as atitudes que ele está tomando. Mesmo assim, a política é um tabuleiro de xadrez. Não é só a gente que move a peça”, cutucou ele.
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Outro ponto da pauta do encontro é a posição do PT em relação ao governo Temer. “É claro que a posição será de oposição. Não temos dúvida, mas há vários tipos de oposição que se possa fazer”, explica ele. Para o deputado federal, “fazer oposição pela oposição” não seria “uma postura adequada”.
“Eu particularmente entendo que o PT é e tem que continuar sendo uma alternativa de poder. Isso implica fazer uma oposição à esquerda. Mas não implica necessariamente votar contra projetos que nós defendíamos enquanto estávamos no governo. Por exemplo, a CPMF, caso ela venha. Dentro das emendas que nós apresentamos – para quem ganha abaixo de três salários mínimos não seja cobrado, por exemplo –, eu acho uma boa política e votaria favorável”, antecipou ele.
Já em relação à reforma da Previdência, que tentou ser viabilizada sem sucesso pelo governo Dilma, em parte devido à resistência da própria bancada do PT, Verri repetiu que qualquer mudança deve ter necessariamente o apoio das centrais sindicais. Na segunda-feira (16), a cúpula do governo Temer se reuniu com representantes de quatro das seis maiores centrais sindicais para tratar do assunto: Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central. As centrais historicamente ligadas ao PT e ao PCdoB, respectivamente CUT e CTB, se recusaram a participar da reunião.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, dará uma entrevista coletiva à imprensa após a reunião, que acontece no Hotel San Marco. O encerramento está previsto para o fim da tarde desta terça.
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