Depois da discussão sobre a reserva de cotas em universidades para negros e estudantes de escolas públicas, mais um segmento da sociedade luta para ter direito ao acesso irrestrito ao ensino superior. A proposta do deputado estadual Padre Paulo (PT), que está tramitando na Assembléia Legislativa, visa a assegurar 36 vagas nas universidades estaduais para integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

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O Projeto n.º 231/05 deve ser apreciado em plenário depois do recesso legislativo e promete discussões polêmicas. O próprio autor reconhece que se cada deputado decidir pedir a reserva de cotas para as minorias que defende, como deficientes físicos e homossexuais, "será o caos". Contudo, Padre Paulo acredita que há justificativas para defender o direito específico dos sem-terra. "Nós temos para com várias categorias uma dívida econômica e social enorme. Os exemplos mais importantes são os negros, os índios e os sem-terra", afirma.

Para ele, uma legislação mais abrangente, como cotas para estudantes de escolas públicas, não seria suficiente para assegurar a entrada dos sem-terra nas universidades. Segundo o deputado, acampados e assentados estão em condições muito mais precárias e não estariam em condições de concorrer. Pela proposta do parlamentar, cada universidade estadual iria oferecer o dobro das vagas que já dispõe para índios, com um sistema de seleção especial.

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Para ter acesso ao benefício, bastaria comprovar que está em acampamento ou assentamento. Como não existem meios institucionalizados para isso, seria necessária a regulamentação da lei. No Paraná, existem aproximadamente 30 mil famílias em acampamentos e assentamentos. O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, foi procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, mas não foi localizado.