Brasília (AG) Uma rede de prostituição de luxo faz a festa de políticos em Brasília. A cafetina Jeany Mary Corner, revelada ao país na CPI dos Correios, é apontada como a maior agenciadora de garotas de programa da capital. Sua fama vem de longe: já no governo Collor ela agenciava garotas para os poderosos da época. Entre os clientes há ministros, senadores, deputados, empresários e delegados de polícia. Uma lista tão longa que a simples menção à possibilidade de a cafetina ser chamada a depor na CPI provoca calafrios em gabinetes da República. "A lista do surubão assusta mais que a do mensalão", resumiu o senador Romeu Tuma (PFL-SP).
Jeany, uma cearense de 45 anos, teria atendido pessoalmente um ministro do governo Lula. O suposto encontro ocorreu numa época em que não se falava publicamente em mensalão. Custou R$ 12 mil, supostamente pago por um amigo rico. Nos concorrentes Whiskeria Gol ou Star Night, as mulheres cobram R$ 300, mas o preço pode chegar a R$ 150. Com Jeany, o preço vai de R$ 500 a R$ 2 mil.
Um deputado, cliente de Jeany prefere ficar em casa e costuma chamar as garotas por telefone, de madrugada, depois de beber algumas doses de uísque. Apreciador da variedade, recebe até três garotas. Animadas também são as festas na casa de outro deputado, onde já ocorreram encontros com 11 parlamentares.
Quem freqüenta o circuito da prostituição está sujeito a constrangimentos. Que o diga um senador que passou pelo embaraço de ser cumprimentado por uma alegre "namorada" enquanto almoçava com a mulher e a família num dos mais requintados restaurantes do poder em Brasília.
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