Protegido por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), João Arcanjo Ribeiro, também conhecido como "Comendador", negou todos as acusações, em depoimento nesta terça-feira a integrantes da CPI dos Bingos, em Cuiabá, no Mato Grosso. O ex-policial, que foi condenado a 37 anos por homicídio, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, disse que nunca trabalhou com jogos de azar, como bingos ou caça-níqueis. Ele negou ainda qualquer envolvimento com o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel e afirmou não conhecer Ronan Maria Pinto nem Sérgio Gomes da Silva, o "Sombra", acusados de envolvimento no crime.
Durante o depoimento, Arcanjo também disse que nunca fez doações para campanhas eleitorais e afirmou não ser sócio de empresas de ônibus.
Algemado e vestindo colete à prova de balas, o ex-policial chegou de helicóptero ao Comando Geral da Polícia Militar, em Cuiabá, acompanhado por cerca de 20 policiais federais. Participaram da reunião os senadores Romeu Tuma (PFL-SP), Sibá Machado (PT-AC), Wellington Salgado (PMDB-MG), Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
Romeu Tuma disse estar satisfeito com o resultado da reunião, mas afirmou que pedirá mais informações à Polícia Federal sobre as investigações que vêm sendo feitas sobre Arcanjo.
Uma liminar do STF garantiu a Arcanjo a prerrogativa de permanecer em silêncio durante seu depoimento. Segundo informações do site do STF, ao conceder a liminar, o ministro Cezar Peluso afirmou que é "entendimento da Corte que as CPIs têm todos os poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, entretanto sujeitam-se aos mesmos limites constitucionais legais dos juízes no desempenho de idênticas funções".
Peluso acrescentou que a garantia constitucional contra auto-incriminação se estende a todas as pessoas sujeitas aos poderes das comissões de inquérito. Ele ressalvou que, com relação aos fatos que não impliquem auto-incriminação, persiste o dever de o depoente prestar informações.
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