A Tropa de Choque da Polícia Militar chegou às 17h20 na Avenida Paulista, na Zona Sul de São Paulo, para dispersar a manifestação contra a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, ao Brasil. Após os manifestantes alcançarem o vão livre do Masp e terem bloqueado o trânsito nos dois sentidos da avenida, a PM usou gás lacrimogênio, bombas de efeito moral e gás pimenta. O confronto entre polícia e manifestantes provocou correria e transformou a principal avenida da cidade em uma praça de guerra.

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Minutos antes do protesto terminar em briga, o dirigente do Partido Socialismo e Liberdade (PSol), Plínio de Arruda Sampaio, subiu em um carro de som para pedir calma aos manifestantes e recriminar a atitude das pessoas que entraram em confronto com a Polícia Militar.

O manifestante Pedro Pinheiro, de 20 anos, estava com o cotovelo machucado por causa de um golpe que ele afirma ter sido disparado por um policial. Um grupo de jovens que participa da manifestação pichou um ônibus a frase "Bush out". Apesar da reação para impedir o bloqueio, até às 17h09 não houve confrontos entre PM e manifestantes. Uma farmácia fechou as portas para evitar depredações. Os manifestantes discutem e xingam os policiais.

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O protesto ainda interditava, às 17h, quatro faixas da Avenida Paulista. Os 110 policiais militares que participam da operação tentam conter o grupo. Às 17h10, o grupo chegou ao vão livre do Masp. A Companhia de Engenharia de Tráfego registrou, às 16h30, 28 km de lentidão na cidade.

O comandante da operação, Capitão Benjamim Francisco Neto, afirmou que houve reforço de policiamento na frente aos restaurantes da rede de fast-food McDonald's, do antigo prédio do Bank Boston e do Citibank. A Tropa de Choque também está em alerta nas imediações da Avenida Paulista para atuar caso ocorra depredações.

A palavra de ordem mais comum, estampada em bandeiras e faixas, é "Fora Bush e sua política do Brasil e da América Latina". Os manifestantes também usam o grito de ordem: "Fora já. Fora já daqui. Bush do Iraque e o Lula do Haiti. Três carros de som estão acompanhando a caminhada. A União Nacional do Estudantes (Une) pretende queimar um boneco que representa o presidente americano quando a caminhada alcançar o vão livre do Masp.

O comandante do Policiamento de Choque Metropolitano, Joviano Conceição Lima, afirmou no começo da tarde desta quinta-feira que a Polícia Militar não vai tolerar o fechamento da Avenida Paulista.

"Não é racional fechar a Paulista, que é um corredor hospitalar importante", disse Lima. Ele ressaltou, entretanto, que entende o caráter democrático das manifestações e disse que a polícia vai atuar "com carinho" para preservar a população.

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O policiamento na Avenida Paulista é feito por duas companhias e um esquadrão dos batalhões de Choque e da Cavalaria. O protesto é organizado por grupos feministas e 32 entidades nacionais que integram a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), entre elas, a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).