Brasília - A Polícia Militar estima que cerca de 25 mil pessoas participaram ontem, em Brasília, de protestos contra a corrupção. Organizado por meio das redes sociais, o protesto ganhou adeptos ao longo da caminhada na Esplanada dos Ministérios. Na Praça dos Três Poderes, o grupo cantou o Hino Nacional e parte ficou no gramado principal do Congresso. A PM cercou os prédios da Câmara e do Senado. Alguns jogaram água nos policiais, mas não houve confronto.
Os manifestantes levaram faixas, cartazes e fizeram muito barulho, mas não puderam chegar perto da pista onde ocorria o desfile de Sete de Setembro com a presença da presidente Dilma Rousseff e de outras autoridades. Muitos usavam nariz de palhaço e camisetas pretas com dizeres contra a corrupção e a impunidade. Participaram do protesto pessoas de todas as idades, inclusive crianças.
O movimento teve apoio de entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que cedeu o trio elétrico. Eles saíram da catedral em direção ao Congresso Nacional.
Entre os principais alvos do movimento estiveram a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), que escapou recentemente da cassação, e os "mensaleiros" dos governos petista, tucano e do DEM no Distrito Federal.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, fez um discurso de militante no protesto contra a corrupção, em Brasília. Ophir defendeu que os brasileiros se engajem em ações contra a corrupção e a impunidade.
"O povo tem que ir para a rua como foi nas Diretas-Já, no impeachment de [Fernando] Collor. Temos que ser protagonistas e não coadjuvantes. Ladrão tem que ir para cadeia", afirmou o presidente da OAB.
Em São Paulo, a marcha reuniu um público bastante diversificado, com rostos pintados, apitos, nariz de palhaço e faixas. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram da manifestação. Um novo ato está sendo planejado para o feriado de 12 de outubro.
A maioria era de jovens e estudantes, mas também apareceram para protestar pais com filhos, idosos e até moradores do interior paulista.
Durante a missa, o arcebispo de Aparecida, cardeal dom Raymundo Damasceno, fez um apelo para os governantes do país. "Vamos pedir que nossos governantes tomem suas decisões pensando na Justiça, no desenvolvimento do país, no bem de todo o povo e tenham sensibilidade para com os mais excluídos para que o país tenha melhores condições de vida", disse.
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