A primeira sessão nesta segunda-feira (1)da Câmara de Curitiba após o recesso parlamentar terminou em confronto, depois que manifestantes foram impedidos por seguranças e agentes da Guarda Municipal de entrar no plenário. Sindicatos, representações estudantis e partidos de oposição protestavam contra o presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB), e pediam a renúncia ou cassação dele. A sessão foi finalizada, pouco depois da abertura dos trabalhos.
No plenário, havia um espaço reservado a funcionários da prefeitura. Por isso, os manifestantes foram impedidos de entrar no espaço. Na porta de acesso, um dos seguranças retirou uma bandeira das mãos de um estudante da União Nacional dos Estudantes (Une), mas o grupo reagiu. Um grupo especial da Guarda Municipal foi acionado para conter os grupos que protestavam, entre os quais, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Sindicato dos Servidores Municipais (Sismuc).
O líder da oposição, Algaci Túlio (PMDB), chegou a apresentar formalmente um pedido para que uma comissão de manifestantes fosse recebida pela mesa diretora da casa. Mas, diante do tumulto, o presidente-interino Sabino Pícolo (DEM), interrompeu a sessão. O único discurso da sessão foi o de líder do prefeito na Casa, João do Suco (PSDB), que apresentou saudações de Luciano Ducci (PSB) no retorno aos trabalhos legislativos.
Derosso faltou à sessão e, por isso, não estava presente na hora do confronto. Segundo João do Suco, o presidente da Câmara deve comparecer à Casa na terça-feira (2).Nota oficial
No fim da tarde desta segunda-feira, a Câmara divulgou uma nota oficial em que diz que o prédio histórico está em reformas e que, por isso, as sessões foram transferidas provisoriamente para um auditório menor. No comunicado, a casa legislativa afirma que "as restrições quanto ao número de pessoas se baseiam na segurança e bem-estar dos que ali se encontram".
A nota acrescenta ainda que o Câmara recebeu, nesta segunda-feira, um número maior de visitante, o que provocou a tomada de "medidas para atender a todos de maneira adequada". "Vale ressaltar que em nenhum momento a Câmara Municipal de Curitiba teve a intenção de privar os visitantes de assistir à sessão plenária ou de manifestar suas opiniões", finaliza o comunicado oficial.Denúncias
Uma das denúncias contra as quais os manifestantes protestavam é sobre a publicidade da Câmara. O processo licitatório de 2006 feito pela Câmara Municipal resultou na contratação da agência de publicidade da mulher de Derosso. Essa prática viola a Lei de Licitações (n.º 8.666/93). O Diário Oficial do Município revelou que a jornalista e empresária Cláudia Queiroz Guedes, dona da agência Oficina da Notícia Ltda. era funcionária comissionada do Legislativo municipal quando participou e venceu a licitação.
Outra suspeita de irregularidade diz respeito à contratação de funcionários fantasmas. O grupo pede que Derosso explique as razões de a Câmara ter contratado, ao mesmo tempo que a Assembleia do Paraná, quatro servidores conforme denunciou o jornal Gazeta do Povo.
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