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Cerca de 200 servidores municipais foram ontem à Câmara cobrar horas extras atrasadas não pagas pela prefeitura de Curitiba | Lucas Pontes/Gazeta do Povo
Cerca de 200 servidores municipais foram ontem à Câmara cobrar horas extras atrasadas não pagas pela prefeitura de Curitiba| Foto: Lucas Pontes/Gazeta do Povo

O ano dos vereadores de Curitiba começou movimentado. Ontem, na primeira sessão, cerca de 200 servidores municipais da saúde protestaram contra o prefeito Gustavo Fruet (PDT), que não compareceu à cerimônia.

Assim, a primeira sessão do ano foi "relâmpago". Após um discurso de Paulo Salamuni (PV), que deixou a presidência da Câmara no início do ano, e da vice-prefeita Mirian Gonçalves (PT), os parlamentares encerraram a sessão e se reuniram com os manifestantes na sala da presidência.

O clima tenso pode ser um aperitivo do que promete ser um ano difícil para Fruet na Câmara. No fim do ano passado, a base aliada – que contava, oficialmente, com 37 dos 38 vereadores – rachou na votação do aumento do IPTU e do ITBI e na eleição da Mesa Executiva do Legislativo.

Em 2015, projetos importantes, como o novo Plano Diretor, devem estar na pauta. Nesse cenário, um Legislativo mais hostil pode piorar a situação política da atual gestão, que enfrenta um cenário de crise econômica.

Fruet foi o principal alvo dos protestos. Os servidores da saúde, que entraram em greve ontem, cobravam o pagamento de horas extras efetuadas ao longo de 2014. Durante a manifestação, os funcionários chamavam Fruet de "caloteiro". Eles também exigiam uma reunião com o prefeito para apresentar uma pauta de reivindicações.

O prefeito, porém, não estava lá. Quem representou a prefeitura foi Mirian Gonçalves. De acordo com ela, Fruet estava em uma reunião para discutir a questão do transporte público – outra crise importante.

A sessão foi rápida: Salamuni fez um discurso sobre sua atuação como presidente e Mirian falou pela prefeitura. Dentro do plenário, cerca de 60 manifestantes acompanhavam a sessão.

Momento delicado

Para Salamuni, novo líder do prefeito na Casa, o momento é "delicado" para a classe política – não só o prefeito. "Vai ser um ano intenso, atípico, e isso aumenta a responsabilidade", afirma. Ele diz, ainda, que os vereadores têm de ter "serenidade e seriedade" para encontrar soluções. "A ninguém é dado o direito de usar essa situação para fins pessoais e eleitoreiros", diz – uma alfinetada no grupo de vereadores "rebeldes" da base aliada.

O vereador Zé Maria (SD), uma das lideranças "rebeldes", nega que o grupo seja de oposição – pelo menos neste momento. De acordo com ele, a ala irá aguardar sinalizações da prefeitura para avaliar os próximos passos.

Entretanto, ele considera que a crise na administração pode empurrar o grupo para a oposição. Além disso, novos parlamentares estariam "flertando" com o grupo, mesmo após a derrota nas eleições da Câmara, devido a queda na popularidade de Fruet.

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