A Avenida Paulista foi palco nesta quarta-feira de um protesto generalizado contra políticas públicas. As manifestações - que condenam desde a Emenda 3, vista como ameaça à legislação trabalhista, até melhorias nas escolas e universidades estaduais paulistas - reúniram pelo menos 2 mil pessoas, entre trabalhadores de vários setores e estudantes, segundo números da Polícia Militar. Da Avenida Paulista, os manifestantes seguiram para a Assembléia Legislativa do estado, em passeata, dificultando o trânsito em toda a região.
Diante do prédio do legislativo, o protesto, que era pacífico, se transformou em confronto. Os manifestantes tentaram entrar na Assembléia para acompanhar a votação do novo fundo previdenciário estadual, proposto pelo governo. Os policiais formaram um cordão de isolamento em torno do prédio e usaram gás pimenta para dispersar o grupo. Segundo a PM, pelo menos dois policiais militares ficaram feridos. Não foi informado ainda se manifestantes ficaram feridos.
Os parlamentares de São Paulo são considerados os principais defensores da Emenda 3 e articuladores do movimento para derrubar o veto do presidente Lula. Os protestos ocorreram em todo o país.
A movimentação começou por volta de 10h no vão livre do Masp, com uma concentração de servidores públicos. Na frente do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), trabalhadores filiados à CUT protestavam na calçada. No início da tarde, professores da rede estadual aderiram à concentração no Masp. Enquanto os trabalhadores protestavam contra a pressão da Fiesp para derrubar o veto de Lula à Emenda 3, servidores públicos se manifestavam contra a reforma na previdência dos funcionários públicos do estado.
Ainda pela manhã, na Avenida Tiradentes, alunos da Faculdade de Tecnologia, a Fatec, ocuparam uma pista da via em protesto contra os decretos do governador José Serra que, segundo os estudantes, ferem a autonomia das universidades. É o mesmo motivo da ocupação da reitoria da USP, que completou 20 dias.
Logo no início do dia, trabalhadores da Intersindical, da CUT, das Pastorais da Igreja Católica, do MST e de vários sindicatos da Baixada Santista pararam as rodovias Anchieta e Piaçagüera-Guarujá. Os sem-teto reclamavam contra a morosidade na reforma agrária, enquanto os trabalhadores falavam da Emenda 3. Outras quatro rodovias do estado foram interditadas, entre elas a Via Dutra, na altura de São José dos Campos, e a Anhangüera, na altura de Campinas.
Foram quase três horas de tráfego interrompido na Baixada Santista, prejudicando a chegada e saída de caminhões do Porto de Santos. Os congestionamentos chegaram a 10 km e continuaram mesmo depois do fim da interdição.
No interior do estado, os líderes foram os sem-terra. No Pontal do Paranapanema, cerca de 300 integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) bloquearam desde o início do dia a Rodovia Arlindo Bétio (SP-613), na região de Teodoro Sampaio. Segundo a Polícia Rodoviária, a ocupação foi pacífica.
Em Sertãozinho, na região de Ribeirão Preto, cerca de 160 pessoas ligadas ao Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) fizeram um protesto no pedágio da Rodovia Attilio Balbo. Eles interditaram o pedágio durante quase uma hora, causando um congestionamento de 2 km, nos dois sentidos da rodovia. Depois do protesto, eles liberaram o pedágio para que os motoristas passassem sem pagar tarifas, por cerca de 10 minutos.
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