Milhares de manifestantes foram às ruas em diversas cidades do país no domingo (13) para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas sem conseguir reunir um apoio maciço que causasse preocupação ao Planalto. O movimento foi tímido devido à articulação às pressas, pego de surpresa pela decisão do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no último dia 2, de aceitar o pedido de impedimento contra a petista.
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Se os protestos de março, abril e agosto chegaram a reunir até 1 milhão de pessoas no país, segundo estimativas da Polícia Militar, desta vez a PM confirmou a participação de menos de 100 mil pessoas nas manifestações por todo o Brasil.
Os organizadores, por outro lado, garantem que mais de 500 mil cidadãos foram às ruas.
Líderes do movimento Vem Pra Rua garantiram que o objetivo não era realizar uma grande mobilização, mas manter o clima de impeachment na rua.
Segundo o movimento, o grande evento popular está marcado para o dia 13 de março de 2016, ou seja, daqui a três meses, em data supostamente mais próxima à votação do impeachment no Legislativo.
“Esperamos muito menos gente hoje [domingo] porque nas outras manifestações tivemos dois ou três meses para nos organizar. A de hoje é um sinal de que a população está voltando às ruas, que está muito atenta ao processo de impeachment”, argumentou Kim Kataguiri, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre.
Alívio momentâneo
O Planalto respirou aliviado com o balanço dos protestos de domingo (13). Embora fosse nítido que os organizadores não conseguiram repetir o feito das manifestações anteriores, o governo avaliou que o domingo (13) não pode ser usado como termômetro para a situação de crise. A avaliação foi de que o período de final de ano poderá servir para esfriar o clima de tensão política, com as festas de Natal e réveillon, e o Carnaval. Pelo menos até março não estão previstas grandes manifestações. É o tempo que o Planalto considera fundamental para reavaliar estratégias políticas e ganhar força na opinião pública.
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