Manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff realizaram uma série de protestos em rodovias do Paraná, vias de São Paulo e em ao menos outros quinze estados na manhã desta terça-feira (10). Na segunda-feira (9), a Frente Brasil Popular e CUT Brasil convocaram paralisações e mobilização “em defesa da democracia, dos Direitos Trabalhistas, Sociais e Humanos e Contra o Golpe que está em curso no Brasil”.
No Paraná, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve ações em cinco pontos. Em Foz do Iguaçu, no km 6,8 da BR 600 houve uma interdição parcial. Entre 6h30 e 9h30, aconteceu uma manifestação de centrais sindicais e do Movimento Sem Terra (MST), com cerca de 250 manifestantes, nas imediações da Usina de Itaipu. Mesmo com o protesto, a PRF informa que o fluxo de veículos na rodovia manteve-se normal.
Houve uma interdição por pouco mais de duas horas na BR-158, km 202, em Peabiru. Cerca de cem pessoas do Movimento de Luta pela Terra (MLT) estiveram no local. A pista ficou fechada nos dois sentidos das 7h20 até por volta de 9h30.
Em Laranjeiras do Sul, por volta das 9h, integrantes do MST interditaram a BR-277, no km 464, onde fica a praça de pedágio. Cerca de 400 manifestantes foram ao local; a rodovia permaneceu interditada até por volta das 15 horas. As cancelas do pedágio foram abertas pelos manifestantes.
Manifestantes do MST chegaram a fechar por volta das 9h30 as faixas na praça de pedágio de Witmarsum, na BR 376, em Palmeira, nos Campos Gerais. O bloqueio, que chegou a ser total e fechou as cancelas em ambos os sentidos, foi encerrado às 13 horas. Cerca de 200 pessoas estiveram no local, segundo a polícia.
A Rodonorte, concessionária do trecho, informou que os manifestantes alternaram os sentidos para liberar as cancelas aos motoristas. A partir das 10h30, os manifestantes liberaram uma faixa em cada sentido.
Em Realeza, por volta das 11h30, cerca de 200 manifestantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) bloquearam totalmente a rodovia, na cabeceira da ponte do Rio Iguaçu. A manifestação no local ainda está em andamento.
Ponte da Amizade
Cerca de 200 manifestantes do MST e contrários ao impeachment de Dilma Rousseff realizaram um protesto a partir das 10h na Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Segundo a PRF, a manifestação se encerrou ao meio-dia.
São Paulo
Em São Paulo, os bloqueios provocaram congestionamentos em vários pontos no início na manhã. Pelas redes sociais, movimentos ligados à Frente Brasil Popular convocam os manifestantes para protestarem contra “o golpe” e “em favor da democracia”.
A Avenida 23 de Maio, importante via da capital paulista, foi bloqueada nos dois sentidos na altura do Terminal Bandeira, no Centro. Os manifestantes atearam fogo em madeira e pneus e liberaram a pista por volta das 8h30.
Houve também protesto na rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos e na Marginal do Pinheiros. Os manifestantes também interditaram a Marginal do Tietê, perto da Ponte do Tatuapé, sentido Castelo Branco. Na rodovia Raposo Tavares, no sentido São Paulo, o protesto é de um grupo é formado por estudantes que reivindicam melhorias na merenda.
Pelas redes sociais, a Frente Brasil Popular, que reúne vários movimentos sociais, fez uma convocatória para que os manifestantes fossem às ruas. “Vai ter muita luta em defesa da democracia! O Brasil diz não contra o golpe!”, diz uma mensagem postada no Facebook. A Central Única de Trabalhadores (CUT) também convoca atos em todo o País “em defesa da democracia, dos direitos trabalhistas sociais e humanos”.
Interior paulista
Reivindicações salariais misturadas a protestos contra o processo de impeachment paralisaram o transporte coletivo em 11 cidades da região de Sorocaba, na manhã desta terça-feira. Em Sorocaba, os ônibus circularam das 4 às 6 horas e foram recolhidos às garagens. Milhares de pessoas não conseguiram chegar ao trabalho. Manifestações dos sindicatos dos motoristas e dos metalúrgicos, ligados à CUT, interromperam o trânsito nos principais corredores viários. Um dos protestos foi realizado em frente à prefeitura.
Em Tatuí e Itapetininga, o transporte urbano também foi paralisado. Nas três cidades, a previsão era de que o serviço fosse retomado entre 10 e 11 horas. O sindicatos alegam falta de atendimento às reivindicações salariais de motoristas e cobradores, mas também criticam a tentativa de afastamento da presidente Dilma. A greve se estendeu ao transporte urbano e intermunicipal de Votorantim, São Roque, Alumínio, Mairinque, Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo e Itapeva.
Pelo Brasil
Manifestantes contrários ao processo de impeachment bloquearam duas rodovias importantes do Rio de Janeiro, entre a madrugada e a manhã desta terça-feira. A Rodovia Rio-Santos foi fechada nos dois sentidos, por volta das 6h40, na altura do município de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Segundo a PRF, os manifestantes espalharam pela pista pneus que incendiaram, na altura do quilômetro 394. Alguns portavam bandeiras da CUT. Por volta das 8 horas, a pista foi totalmente liberada.
Durante a madrugada, por volta das 4h50, os manifestantes também interditaram parcialmente a pista sentido Rio de Janeiro da Rodovia Presidente Dutra, na altura do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Eles também atearam fogo em pneus, o que exigiu a atuação de bombeiros. A via foi totalmente liberada às 5h30. Outro grupo de manifestantes se concentrava, por volta das 9 horas, na entrada principal da Refinaria Duque de Caxias (Reduc).
Uma série de bloqueios atingiu rodovias federais e estaduais, principalmente na Região Metropolitana de Porto Alegre. A BR-116, em Sapucaia do Sul, a RS-040, em Viamão, a BR-290, em Eldorado do Sul, e a BR-386, em Nova Santa Rita, que dão acesso à capital gaúcha, foram bloqueadas por grupos contrários ao impeachment. Há relatos também de interrupções de estradas na serra gaúcha e na região sul do Estado.
As pistas da BR-116 e RS-040 já foram liberadas. Liberação também já registrada na BR-116, em Caxias do Sul, e na RS-453, em Farroupilha. De acordo com os organizadores dos protestos, o objetivo é denunciar o “golpe institucional, midiático e jurídico em curso contra a democracia brasileira”.
Em João Pessoa, o bloqueio é no quilômetro 35 da BR-230. O trânsito está totalmente interditado para quem segue paras as cidades de Campina Grande, no interior paraibano, e Natal, no Rio Grande do Norte. Os protestos também são liderados pela Frente Brasil Popular, com grupos espalhados em vários pontos da cidade. Eles fecham também acesso a trens e a empresas de ônibus coletivo. Em Campina Grande, a interdição é na rotatória da BR-230 que dá acesso à cidade.
Em Natal, o serviço de ônibus foi paralisado na região metropolitana durante a manhã. De acordo com a prefeitura da capital potiguar, táxis e ônibus fretados foram autorizados a fazer lotação durante a paralisação. Manifestantes também queimaram pneus no acesso ao campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vizinho ao viaduto na BR-101.
A Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fazem várias interdições no Estado, segundo a PRF. No interior, o trânsito está bloqueado nas dois sentidos das BRs 232, em Pesqueira, Agreste pernambucano, e na 101, em Goiana, na Zona da Mata. Já na Região Metropolitana do Recife, o protesto é no quilômetro 83 da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes.
Os manifestantes fecharam vários trechos de rodovias baianas. No quilômetro 523 da BR-324, em Feira de Santana, a via foi interditada no sentido Salvador. Na mesma rodovia, em Candeias, o proesto fechou uma pista no sentido Feira de Santana. Já em Itabuna, a interdição foi no quilômeto 508 da BR-101. Na capital baiana, movimentos sociais interditaram a Avenida Suburbana.
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