Protestos devem ter eco em mais camadas da população, afirma diretor do Paraná Pesquisas

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O diretor do instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, está em São Paulo acompanhando uma pesquisa de campo sobre as manifestações deste domingo (13). Por telefone, ele falou ao vivo com a reportagem da Gazeta do Povo e passou algumas de suas primeiras impressões sobre a manifestação.

De acordo com ele, não há uma mudança substancial no perfil do manifestante, mas as grandes dimensões do protesto devem ecoar no resto da sociedade nos próximos dias.

Segundo Hidalgo, um perfil preciso de quem saiu às ruas neste domingo só será possível após a tabulação dos dados, que será feita nos próximos dias. Ainda assim, a impressão é de que o perfil do manifestante é elitizado, com escolaridade e renda superior à média nacional.

Ainda assim, isso não significa que a rejeição ao governo esteja somente neste extrato da população. “Pesquisas atuais mostram que cerca de 85% da população rejeita o governo. Assim, as manifestações de hoje devem ter eco na sociedade nos próximos dias”, diz. Além disso, o alto número de pessoas protestando em todo o país deve fortalecer o efeito simbólico desta manifestação para o resto da população do país.

De acordo com o diretor da Paraná Pesquisas, o número de manifestantes é bastante significativo, e o direcionamento contrário ao governo federal é bastante claro – não se trata, portanto, de uma passeata genérica contra a corrupção.

Além disso, há pouca demonstração de apoio a políticos de oposição. Assim, o perfil político só deve ficar claro após a tabulação dos dados da pesquisa. A única certeza é o apoio dos manifestantes ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. Segundo Hidalgo, chama a atenção o número de faixas, cartazes e máscaras homenageando o magistrado.