O número de manifestantes nas ruas no próximo domingo (16) servirá para medir a temperatura da crise política entre a população. “Se for pouca gente, demonstrará que o pessoal não está tão insatisfeito com a situação do país. Mas acredito que irá bastante gente, pois esse protesto está melhor organizado que os anteriores, também pelas redes sociais. O PSDB fez propaganda na televisão chamando para as manifestações, e isso influencia muita gente, pois a tevê ainda tem muita força”, diz Luiz Domingos Costa, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A expectativa de forte adesão aos protestos de rua, no entanto, não é unânime entre os cientistas políticos ouvidos pela Gazeta do Povo. Emerson Cervi, também professor da UFPR, aposta num esvaziamento em relação às manifestações de 2013. “Nas redes sociais, percebo uma certa desmobilização em relação aos protestos anteriores”, afirma. “Trata-se de um evento midiático, o que não desqualifica sua importância como evento social. Mas o que está nas redes sociais não necessariamente bate com o que está acontecendo na realidade.”
Cervi considera que a radicalização de parte dos que foram às ruas em 2013 e 2014 pode esvaziar os protestos do próximo domingo. “Nessas manifestações há dois grupos: um radical, minoritário, que quer o fim do governo do PT, não importa o motivo; e outro grupo, a maioria, é dos que estão descontentes com os rumos da política em geral, não estão focados exclusivamente no governo federal nem na Dilma, pois sabem que há problemas também nos governos estaduais, nas prefeituras, no Judiciário. Eles são contra a corrupção, foram para a rua mobilizados por aquela minoria e hoje sentem um certo descontentamento com as bandeiras dos radicais”, avalia.
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