O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa, afirmou nesta segunda-feira que o delegado Protógenes Queiroz - afastado em julho da Operação Satiagraha - deve se reapresentar à PF entre esta segunda e terça-feira. Pela versão oficial, Protógenes deixou as investigações para se dedicar a um curso de especialização. Mas, segundo Correa, Protógenes não deve voltar à Operação Satiagraha. Caberá à chefia do delegado decidir qual será a nova função dele dentro da Polícia Federal.
- É importante dizer que a operação não é propriedade de ninguém. Qualquer operação da Polícia Federal é um serviço público, e o custo disso é suportado pelo cidadão. Então, nós somos meros instrumentos. A impessoalidade é a regra na Polícia Federal, até porque, além do delegado, que aparece mais em um caso, nós temos outros profissionais que têm um papel importante em todas as investigações - disse Correa.
Nos bastidores, o que se fala é que Protógenes não voltará nem mesmo para a área de inteligência, devido ao desgaste que sofreu com as denúncias de que sob o comando dele foram usadas escutas irregulares na Operação Satiagraha.
Defesa de Dantas faz pedidos a De Sanctis e atrasa o julgamento
Na semana passada, o banqueiro Daniel Dantas se apresentou ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal de São Paulo, para apresentar sua defesa - de 400 páginas e centenas de documentos - no caso em que é acusado de tentar subornar com US$ 1 milhão um delegado da Polícia Federal com o intuito de barrar a Operação Satiagraha. O advogado de Dantas, Nélio Machado, fez vários pedidos, a que o juiz Fausto De Sanctis terá de responder antes de julgar o caso. Com isso, o banqueiro conseguiu retardar o andamento do processo .
O dono do Opportunity pediu que sejam ouvidos o delegado Protógenes Queiroz, e o diretor afastado da Abin Paulo Lacerda. A defesa pediu ainda diligências para a coleta de provas, além da inclusão, nos autos, da gravação da reunião da PF que levou ao afastamento do delegado. Os advogados entregaram longos memoriais (400 páginas) e uma mala com mais de cem documentos. De Sanctis disse que só dará a sentença depois de ler tudo.
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