O delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, responsável pela prisão do sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, afirmou na terça-feira (16) no Recife que vai entrar na Justiça com um pedido de indenização contra a Polícia Federal, que o afastou da investigação e do setor de inteligência da corporação. "Não por mim, mas pela minha família", justificou, em entrevista coletiva. "A sociedade recebeu com indignação os procedimentos contra mim, minha família e meus colegas. Minha intenção é buscar reparação", afirmou. O delegado destacou, porém, que não tem pressa - o prazo para entrar com a ação é de 20 anos.

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Protógenes informou que não vai à Justiça contra nenhum veículo da imprensa, apesar de acusá-la de ter colaborado com o "banqueiro bandido" na criação de provas contra ele. "A imprensa deve ter liberdade e assumir as responsabilidades futuras." Ele disse que "a maior indenização" que recebe da grande mídia é quando as pessoas o procuram dizendo que pararam de ler determinadas publicações que "fabricaram mentiras". "A reparação está sendo feita pela sociedade brasileira.

O delegado reforçou não ter intenção de entrar na política. "Contribuo mais com a sociedade como delegado da PF", declarou, antes de participar de debate sobre corrupção e Estado de Direito, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco.

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O criminalista Nélio Machado, defensor de Dantas, ironizou os ataques de Protógenes. "É falta de argumento, é pobreza vocabular. Há expressões mais adequadas. Ele poderia dizer que Daniel é uma pessoa investigada, com as garantias constitucionais", rebateu. "Para mim ele é um inconseqüente, um açodado, um precipitado. Estou na contingência de processá-lo, mas acho que a Justiça precisa se preocupar com coisas mais sérias."

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