O delegado Protógenes Queiroz afirmou em depoimento na CPI dos Grampos nesta quarta-feira (8) que as investigações feitas contra ele pela Polícia Federal comprovaram que não houve interceptação telefônica ilegal na Operação Satiagraha, a qual presidiu.
Ele destacou não ter sido indiciado por este crime pela Polícia Federal, mas "apenas" por compartilhar informações com a Abin e ter, supostamente, vazado informações para a imprensa o que ele nega.
Protógenes se baseia nos relatórios das investigações que apuram vazamentos na Satiagraha e o grampo da conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O delegado afirma que nenhuma destas investigações encontrou qualquer grampo ilegal feito na operação que presidiu.
"Todas as interceptações telefônicas foram com autorização judicial e fiscalização diuturna do Ministério Público Federal. O grande volume de dados que se tem é de uma operação que não tem escuta clandestina. Nas duas investigações se tentou buscar e ver se se identificava escuta clandestinas, o que não aconteceu", afirmou o delegado.
Protógenes afirmou ainda que o compartilhamento de informações com a Abin foi dentro da legalidade. Negou também ter vazado informações para a imprensa.
Fusão de teles
Ele disse ser "de conhecimento público" que o banqueiro Daniel Dantas, preso na Satiagraha, teve interesses atendidos na fusão das teles Brasil Telecom e Oi, realizada no ano passado. Afirmou que dentro da Satiagraha notou-se atos relativos a este tema, mas se recusou a detalhá-los.
Disse ainda que Daniel Dantas teria interesse em obras importantes do governo, como a transposição do Rio São Francisco. Afirmou também que o banqueiro teria mais terras no subsolo brasileiro do que a mineradora Vale do Rio Doce.
Nesta quarta, a Polícia Federal realiza busca e apreensão na sede do banco Opportunity, de Daniel Dantas, no Rio de Janeiro. A operação é comandada por policiais federais de São Paulo. O objetivo da operação, segundo nota divulgada pela PF de São Paulo, é apreender livros fiscais de contabilidade da empresa.
A autorização foi concedida pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, o mesmo que julga os desdobramentos da Operação Satiagraha, na qual Daniel Dantas foi preso. Dantas foi condenado por suborno a um delegado federal e responde processo por crimes financeiros.
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