O delegado Protógenes Queiroz afirmou hoje que as buscas da Polícia Federal (PF) na sua residência e a aprovação do habeas-corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor do banqueiro Daniel Dantas fazem parte de uma "operação casada", uma "patranha", envolvendo a cúpula das duas instituições para desmoralizá-lo. O objetivo final da manobra, segundo ele, é beneficiar o empresário, preso em julho na Operação Satiagraha. "As buscas me enfraquecem e mostram o poder extremo a que chegou esse bandido e sua penetração nas altas esferas do poder", disse.

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Na quarta-feira, PF faz apreensões, com ordem judicial assinada pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, em vários endereços ligados ao delegado. Ontem, o STF, por 9 votos a 1, validou o habeas-corpus concedido pelo presidente do tribunal, ministro Gilmar Mendes, a Daniel Dantas, preso como cabeça da organização criminosa, desmantelada pela Satiagraha, com outros 16 acusados de envolvimento em corrupção, fraudes financeiros e sonegação.

"É uma ação articulada para cumprir o script determinado pelo banqueiro bandido e evitar que ele abra a boca e conte tudo que sabe", explicou Protógenes, para quem Dantas é um arquivo vivo da corrupção. Em palestra de mais de três horas para um auditório quase vazio, promovida por mestrandos de direito da Universidade Católica de Brasília, Protógenes descarregou crítica ácidas à cúpula da Justiça e da PF, aos quais acusa de promoverem "perseguição brutal" contra ele, para enfraquecer a investigação da Satiagraha e garantir impunidade ao banqueiro.

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Protógenes defendeu o juiz federal paulista Fausto de Sanctis, que determinou as prisões, revogadas depois pelo STF e no final deste mês julga os indiciados por envolvimento na quadrilha. Para o delegado, o juiz é vítima do mesmo processo de desqualificação, para afastá-lo do julgamento. "Essa não é uma luta do Protógenes, é do Brasil e da sociedade", disse. "O País sai desmoralizado se o bandido Daniel Dantas não for condenado", observou.

Ao final, mandou um recado que estará de volta no próximo dia 26 quando termina a licença do curso que está fazendo, e retomará a luta contra a corrupção sem descanso até "pôr o bandido e corrupto Daniel Dantas" atrás das grades. "Me aguardem, eu não vou me acovardar agora", avisou.