O delegado Polícia Federal Protógenes Queiroz negou ontem que as investigações que culminaram na Operação Satiagraha, sob o seu comando, tenham sido determinadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O delegado disse que a única participação de Lula no caso foi uma declaração do presidente em apoio às investigações.
Protógenes afirmou que "em nenhum momento o ex-diretor- geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda orientou a instituição a investigar o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Reportagem da Folha de S.Paulo afirma que o delegado teria dito em depoimento ao Ministério Público Federal que o ponto de partida da investigação foram informes repassados ao Planalto pela Abin. Deflagrada em 8 de julho, depois de quatro anos de investigações, a Satiagraha teve como principal alvo o banqueiro Daniel Dantas, preso duas vezes preventivamente por ordem da Justiça, atendendo a pedidos de Protógenes.
O delegado foi afastado em julho deste ano das investigações após supostos excessos cometidos durante a operação como a exposição da imagem da prisão do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta algemado, de pijamas, em sua casa.
Procurada pela reportagem, a Procuradoria da República do Distrito Federal confirmou as declarações de Protógenes sobre a origem da Satiagraha, mas recusou-se a dar mais detalhes sobre o depoimento, com o argumento de que isso poderia atrapalhar as investigações.
Irregularidades
Protógenes rebateu os ataques recebidos por supostas irregularidades cometidas na operação. Sem mencionar os grampos telefônicos clandestinos que teriam sido executados contra autoridade dos três poderes, o delegado disse que "escândalos fabricados em favor de "criminosos tiraram o foco das investigações.
"Fomos sucumbidos pela vontade de fazer acontecer, pelas vaidades pessoais, emoções por parte de alguns, conflitos e escândalos fabricados em favor do crime e dos criminosos, sobretudo, na prática, com a edição de atos insanos em desfavor da segurança jurídica e da sociedade, afirmou.
Num recado indireto à cúpula da Polícia Federal, Protógenes disse que houve o "assassinato da reputação de pessoas e instituições envolvidas na Operação Satiagraha, sem que o trabalho fosse "compreendido por aqueles que tinham o dever de preservá-los.
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