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O presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), ao lado do delegado Protógenes Queiroz, durante sessão da comissão | Agência Brasil
O presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), ao lado do delegado Protógenes Queiroz, durante sessão da comissão| Foto: Agência Brasil

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz negou, em depoimento à CPI dos Grampos nesta quarta-feira (8), ter investigado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, na Operação Satiagraha. Ele já havia negado que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luís, estavam entre os alvos da investigação.

No caso específico de Gilmar Mendes, a pergunta foi formulada pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Protógenes negou de forma veemente a investigação e afirmou que não ficou sabendo de nada a respeito, até porque seria sua obrigação qualquer informação deste tipo ao próprio Supremo.

"Em nenhum momento existe indício de qualquer monitoramento do ministro (Gilmar Mendes). Se eu tivesse conhecimento disso, eu teria dever de oficio de informar ao Supremo Tribunal Federal", disse o delegado.

Ele se recusou, na sequência, a responder a um questionamento específico de Jungmann. O deputado perguntou por que motivo teriam sido feitas imagens de um encontro de assessores de Mendes com advogados de Daniel Dantas, preso na Satiagraha e solto duas vezes por habeas corpus concedidos pelo presidente do STF.

Participação 'informal' da Abin

O delegado reafirmou que a participação da Abin na Operação Satiagraha foi informal. Ele não deu detalhes sobre a participação da agência nas investigações e não quis responder se agentes do órgão tiveram acesso ao conteúdo de escutas telefônicas da Satiagraha.

Na semana passada, em visita ao Congresso, Protógenes já havia reafirmado ao presidente da CPI, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), que a participação da Abin tinha sido informal. O delegado considera a participação informal porque "não houve nenhum documento" sobre a cooperação entre a PF e a agência.

Durante o depoimento nesta quarta-feira, o delegado mencionou várias vezes uma decisão judicial que autoriza compartilhamento de dados entre a PF e a Abin.

'Espionado por Dantas'

Protógenes afirmou ainda que foi espionado por um emissário do banqueiro, e disse que seus passos eram monitorados e informados a Dantas. "Tinha uma vigilância contra mim. Tinha um monitoramento quase que diário dos meus deslocamentos."

O delegado disse que o banqueiro tem uma forma "nefasta" de atuação e utiliza frequentemente o instrumento de corrupção. Sugeriu ainda que o Congresso faça um levantamento de projetos que foram aprovados defendendo os interesses de Dantas.

O advogado de Dantas, Andrei Schmidt, disse que não partiu do banqueiro a informação sobre o suposto grampo da ministra Dilma Rousseff e negou que seu cliente tenha monitorado as ações de Protógenes. "É tudo falso e fruto da mente criativa do delegado", afirmou ao G1.

Grampos ilegais

Protógenes afirmou que as investigações feitas contra ele pela Polícia Federal comprovaram que não houve interceptação telefônica ilegal na Operação Satiagraha.

Ele destacou não ter sido indiciado por este crime pela Polícia Federal, mas "apenas" por compartilhar informações com a Abin e ter, supostamente, vazado informações para a imprensa –o que ele nega.

Opportunity

Nesta quarta, a Polícia Federal realiza busca e apreensão na sede do banco Opportunity, de Daniel Dantas, no Rio de Janeiro. A operação é comandada por policiais federais de São Paulo. O objetivo da operação, segundo nota divulgada pela PF de São Paulo, é apreender livros fiscais de contabilidade da empresa.

A autorização foi concedida pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, o mesmo que julga os desdobramentos da Operação Satiagraha, na qual Daniel Dantas foi preso. Dantas foi condenado por suborno a um delegado federal e responde processo por crimes financeiros.

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