Sigla quer mudanças para uso de cota aérea
Os deputados federais do PSol Chico Alencar (RJ), Luciana Genro (RS) e Ivan Valente (SP) pretendem apresentar nesta semana uma proposta à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados para criar regras mais claras sobre o uso das passagens aéreas pagas pela Casa aos parlamentares.
Delegado é aposta do partido
BRASÍLIA - Com dificuldades de seguir a carreira de delegado da PF, Protógenes Queiroz tem sido aconselhado a enveredar pelo caminho da política. O PSol, que ganhou fôlego com o ingresso de dissidentes do PT após o escândalo do mensalão, enxerga no delegado a sua tábua de salvação.
Protógenes diz que foi convencido pelos líderes do partido de que, embalado na bandeira do combate à corrupção, alcançará a marca de 1,5 milhão de votos em uma eventual disputa por uma vaga de deputado federal por São Paulo no ano que vem.
"A sociedade se move muito por símbolos e o sistema eleitoral é marcado por personalidades. Se ele, a partir da operação que lhe deu notoriedade, souber trabalhar, tem chances", avalia o vice-líder do PSol na Câmara, Chico Alencar (RJ). "Uma coisa é certa. No PSol tem espaço para ele", adianta.
Agência Estado
BRASÍLIA - O delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz utilizou a cota de passagem aérea da deputada federal Luciana Genro (PSol-RS) para participar de um ato do partido contra a corrupção e proferir palestra a estudantes, no Rio Grande do Sul, no final do ano passado.
A parlamentar confirmou que seu gabinete emitiu dois bilhetes para o delegado porque os atos eram relacionados ao combate à corrupção principal bandeira de campanha do PSol. "Considero um uso dos mais justos e legítimos da minha cota de passagem, porque foi pela luta contra a corrupção. É a mesma bandeira do PSol e do delegado Protógenes", disse.
A deputada garantiu que, se a Câmara proibir que terceiros utilizem a cota de passagens aéreas para fins relacionados ao mandato, o PSol poderá ressarcir os cofres da Casa. Do contrário, ela afirmou que o partido não vai reembolsar a Câmara uma vez que a prática é autorizada atualmente.
Cada deputado tem direito a uma verba mensal para a compra de passagens de acordo com seu estado de origem. As cotas variam de R$ 4,7 mil (para deputados do Distrito Federal) a R$ 18,7 mil (para os de Roraima). O ato da Mesa Diretora que disciplina o uso da cota aérea era omisso sobre o que o deputado podia fazer com as passagens e a quem podia destiná-las. Nesta semana, os deputados decidiram legalizar a doação de passagens para familiares dos parlamentares, assessores e correligionários que usarem os bilhetes em atos relacionados ao mandato.
Atos políticos
Em novembro do ano passado, Protógenes participou em Porto Alegre (RS) de um "ato contra a corrupção" promovido pelo PSol. Na ocasião, em cima de um carro de som, o delegado fez um discurso com críticas veladas a uma suposta interferência do governo no trabalho da Polícia Federal. O delegado usou as passagens de Luciana para participar da manifestação e proferir palestra na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).
Afastamento
Há duas semanas, Protógenes foi afastado de suas funções na PF sob a acusação de ter participado de um comício em Poços de Caldas (MG). A PF proíbe a participação de agentes em atos políticos. O processo pode resultar na demissão do delegado se, ao final das investigações, ficar comprovado que ele infringiu as normas da instituição.
O delegado também responde a um segundo processo disciplinar por suspeitas de vazamento de informações da Operação Satiagraha que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito Celso Pitta (SP) e o megainvestidor Naji Nahas por suspeita de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
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