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O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, disse nesta segunda-feira que já tem em mãos provas contundentes de que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), recebeu dinheiro do empresário Sebastião Augusto Buani, dono do restaurantes Fiorella, para renovar o contrato de concessão. Souza disse que nem será necessário pedir a quebra dos sigilos bancário e telefônico de Severino, como sugeriu a Polícia Federal na sexta-feira.

- Recebi documentos que confirmam o envolvimento do presidente da Câmara. São dados mais concretos e materiais do que os da polícia. Talvez dispense a quebra de sigilo - declarou.

O procurador-geral disse que recebeu as provas "de livre e espontânea vontade", mas não revelou quem as entregou. Segundo ele, as provas são documentos com dados concretos, e não apenas informações colhidas em depoimentos. Na semana passada, Souza chegou a dizer que, com a divulgação do cheque que comprovaria o pagamento da propina, a versão de Buani passou a se confirmar como verdade.

O procurador-geral também afirmou que essa investigação, conhecida como o inquérito do mensalinho, terá a conclusão mais rápida e simples do que as apurações sobre o suposto pagamento de mensalão a parlamentares aliados ao governo. Na sexta-feira passada, a PF encaminhou ao STF um pedido para que o inquérito do mensalinho seja transferido para o tribunal - foro adequado para apurar suspeitas criminais contra parlamentares.

Na mesma ocasião, foram sugeridas as quebras dos sigilos bancário e telefônico de Severino. Nesta segunda, o relator do caso no tribunal, ministro Gilmar Mendes, pediu um parecer ao procurador-geral sobre as sugestões da PF. Após Souza se manifestar, caberá ao ministro decidir se instaura ou não o inquérito no STF e se autoriza as quebras de sigilo.

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