Os documentos colhidos pela Operação Lava jato, da Polícia Federal, serão compartilhados com as Comissões Parlamentares de Inqúerito (CPIs) da Petrobras que estão ocorrendo no Congresso Nacional. Este pedido havia sido feito pelo presidente das comissões, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e foi autorizado nesta sexta-feira (13) pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
O magistrado considerou que os parlamentares podem auxiliar na apuração dos fatos. "Considerando que o compartilhamento irá instruir investigação criminal realizada pelo Congresso e de crimes apenados com reclusão (corrupção, peculato e lavagem, aparentemente) e que as provas colhidas neste feito e nos conexos podem servir eventualmente a outras investigações, não havendo ainda princípio da especialidade a impedir o compartilhamento das provas, é o caso de deferir o requerido", declarou o juiz em sua decisão.
Um dia após prestar depoimento na CPI do Senado, no qual negou envolvimento nas irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi preso na quarta-feira (11) pela segunda vez pela Polícia Federal para evitar que ele fugisse do país.
A decisão de prendê-lo ocorreu após o Ministério Público da Suíça ter decretado o embargo de US$ 23 milhões em 12 contas no país do ex-diretor da Petrobras. A Justiça Suíça abriu uma ação penal contra Costa por lavagem de dinheiro. À CPI do Senado, o ex-diretor negou ser o líder da "organização criminosa" que, segundo a PF, atuou na Petrobras. Também negou ser "homem-bomba" adotando o discurso de que foi "massacrado" após passar 59 dias preso, na sua primeira passagem pela cadeia, por acusações "sem fundamento".
Os integrantes da comissão querem fazer um pente fino na atuação pessoal e na rede de contatos do ex-diretor. Entre as medidas previstas estão: tentar a quebra dos sigilos fiscal e bancário; convocá-lo; requerer ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) que envie dados dele e das empresas de propriedade dele e dos parentes dele entre 2009 e 2014; e convoque, quebre sigilos e tenha acesso a dados de familiares dele.
A CPI mista reúne-se na quarta-feira à tarde e tem na pauta 379 requerimentos para ir à votação. Pela manhã, a CPI do Senado, controlada pelo governo, toma o depoimento do gerente de Custos da Petrobras, Alexandre Rabello.
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